Joan Scher. Há mais de 40 anos, essa senhora foi enviada para nossa casa campestre. Ela não estava bem; chegou com sua filha de 6 anos de idade, Belinda, e seu cachorro. O único quarto onde podiam dormir era o da escola maternal. O sofá se abria para formar uma cama, e ali elas se instalaram.
Belinda acompanhou meu filho John à Escola Parque Stanborough, onde meu esposo, Cyril, lecionava. Eu não sabia que Joan era artista, mas ela transformou as paredes da escola maternal com belas flores e animais. Disse que pintar fazia com que se sentisse melhor. Certamente fez com que todos nós nos sentíssemos melhor. Ela viera para passar um breve período, mas ficou por longo tempo.
Quando já estava bem, voltou para o seu esposo. Eles se mudaram para Yorkshire, já que ela era natural da região, e achei que aquele fosse o fim da história. Certamente não era. Na verdade, ficamos na casa deles em Yorkshire com nossos três filhos.
A essa altura, eu estava plenamente envolvida em meu trabalho com crianças disléxicas. Descobrimos que Joan era disléxica. Isso era responsável por suas lutas na escola. Posteriormente, eles se mudaram para Kent. Nossa amizade estava consolidada a essa altura. Começamos a escrever livros juntas. O maior deles intitulava-se My Journey to Dyslexia [Minha Jornada Rumo à Dislexia]. Os desenhos dela são tão notáveis, que fazem o livro parecer vivo. Temos passado, juntas, muitas horas maravilhosas. Fizemos muitos livros menores também. Eles são chamados How Books [Os Livros do Como] e, com detalhes coloridos, explicam os passos a serem dados para transformar a vida de uma criança disléxica em uma vida de sucesso: como transformar o “não posso” em “posso” (é só tirar o não).
Joan ainda pinta, e embora tenha hoje 83 anos de idade, ainda gostamos de escrever histórias juntas. Ela ainda consegue ilustrá-las, todas, de um modo muito lindo. Joan tem um grande senso de humor. Escreve poemas deslumbrantes, nos quais borbulha o seu humor.
Que felicidade foi o fato de Joan ter chegado à nossa casa há muitos anos, quando estava tão doente! Na época, sua fé era muito frágil, mas agora oramos juntas por muitas pessoas. Nunca imaginamos, naquele tempo distante em que nossa amizade começou, que ela resultaria no desdobrar de uma bênção.
Não é simplesmente maravilhoso o modo como Deus nos traz amigos? Oramos uns pelos outros, e a amizade nos fortalece a fé e abençoa outras pessoas.
Monica Vesey