Tão logo vi o pop-up do e-mail, mesmo sem abri-lo, já sabia que era um spam. Só de ver o nome do remetente já dei risada. Na verdade, achei aquilo tão engraçado que o deixei em minha caixa de entrada por uma semana, porque me pôs um sorriso no rosto.
Era uma das vigarices que você pode ter recebido também: alguém tinha muito dinheiro no banco, mas morreu. A remetente alegava: “Tenho a oportunidade de fazer de você o beneficiário desses recursos depositados em nosso banco. Tenho todos os detalhes e as informações necessárias.” O nome da remetente? Rachael Boassorte.
Boa sorte. Com certeza. Muito melhor que Rachael Massorte. Ou Rachael Enganeivocê. Será que alguém se deixaria influenciar por um contato chamado Boassorte?
Além disso, pensei em Rachael. Embora o nome da mulher bíblica seja escrito de modo um pouco diferente, ela com certeza me trouxe à mente o engano. Raquel era membro de uma família de enganadores: o nome de seu esposo Jacó, inclusive, significava “ele agarra o calcanhar” ou “ele age traiçoeiramente” (nota de rodapé de Gn 25:26, NVI). E ele, seguramente, enganou seu pai e até seu irmão Esaú. O pai de Raquel, Labão, enganou Jacó, ao trocar Raquel por Lia, e na questão do salário (Gn 31:7). A própria Raquel enganou seu pai, furtando os ídolos domésticos, se assentando sobre eles, e mentindo sobre o motivo pelo qual não podia se colocar em pé (v. 35). Era uma família na qual não se poderia realmente confiar, e com a qual não se desejaria fazer negócios.
Assim, alguém com o nome Rachael Boassorte queria que eu lhe confiasse meus dados pessoais e lhe desse acesso ao dinheiro que eu pudesse ter. Ah, se todos os enganos fossem tão óbvios! O fato é que o diabo tem inimagináveis meios de nos enganar, e muitos deles parecem tão atraentes, tão inocentes, tão cheios de potencial para a riqueza e a felicidade – inclusive a boa sorte! Às vezes, nós mesmas não somos honestas em nossa caminhada cristã. Este seria um bom momento para tomar o texto de hoje como compromisso, prometendo, juntamente com Jó: “Meus lábios não falarão maldade, e minha língua não proferirá nada que seja falso” (Jó 27:4).
Ardis Dick Stenbakken