Segunda-feira
12 de junho
Escape da armadilha
Ele o livrará do laço do caçador. Salmo 91:3

Fígaro é o caçula de nossos quatro gatos, não só porque é o mais novo, mas também porque, embora seja o segundo maior de todos, ainda é um filhote brincalhão. Gosta de brincar de “pegar” e acredita que qualquer pedaço de embalagem de plástico na casa está ali como um brinquedo para ele. Seu lugar favorito é o ombro largo do meu genro, Christopher, mas a melhor de todas as brincadeiras, de acordo com Fígaro, é “arrastar-se para dentro”. Pode ser dentro de uma cesta, sacola, caixa ou prateleira; tudo o que importa é se esconder em algum lugar que lhe pareça aconchegante e seguro.

Certo dia, Christopher estava limpando seu escritório, que se tornara intransponível com tantas pilhas de papel. Fígaro se nomeou o principal assistente. Pulava para os ombros de Christopher de tempos em tempos, enquanto Christopher jogava mais e mais papéis no saco de lixo, que ele começara a encher. Então Fígaro fazia rápidas investigações para descobrir o foco da atenção do mestre, antes de saltar para o centro daquele foco, onde se acomodava firmemente e ronronava em alto som. Com o tempo, entretanto, a atividade de Christopher diminuiu, já que o escritório estava outra vez em ordem, e o saco de lixo devidamente abastecido. Christopher suspendeu o saco, que pareceu muito pesado, e o levou para o latão de lixo.

Mais ou menos uma hora depois, aconteceu um frenético e feroz tumulto na porta da cozinha. Quando Christopher a abriu, uma mancha de pelo passou em disparada, rumo à segurança do dormitório do dono. Seguindo uma intuição, Christopher saiu para investigar o saco de lixo, que ainda estava no latão. Dito e feito, ali havia um enorme rasgo, através do qual Fígaro, sem dúvida, empreendera sua aterrorizada fuga.

Mais tarde, enquanto eu ouvia a história do livramento de Fígaro de uma viagem gratuita ao depósito de lixo, lembrei-me da promessa de Deus que está firme desde os dias do rei Davi: “Ele o livrará.” Quando Fígaro se enfiou naquele enorme saco de lixo para dormir, não parecia que fosse uma armadilha tão perigosa. No meu caso, minhas diligentes atividades e recreativas ocupações tampouco parecem perigosas; podem até ser bem divertidas. Então noto, às vezes, que me afastei do meu amorável Mestre.
É aí que sou grata pela promessa dAquele que deu para Fígaro a força e a coragem para saltar fora de sua armadilha. Deus me livrará, também, mesmo nas ocasiões em que eu entrei na aconchegante cilada da mornidão.

Leonardine Steinfelt