Ser paciente é ter a capacidade de esperar sem se desesperar. É uma arte que, se bem praticada, pode fazer a diferença. No entanto, não parece estar em alta em nossos dias. Uma prova disso é que muitas das coisas que desejamos ou temos de fazer são “para ontem”. É como se, de repente, a impaciência tivesse virado virtude, e a virtude da paciência se tornado algo surreal. Na prática, paciência e esperança são primas-irmãs – andam de mãos dadas. É diante de uma longa espera que nossa paciência é testada e… reprovada ou aprovada.
No Novo Testamento, há pelo menos duas palavras que significam “esperar”. No primeiro caso, esperar (do grego elpomai) é ter esperança, almejar; é confiar, acreditar (1Tm 4:10). É algo bom, prazeroso, que dá a sensação de segurança e proteção, de que algo bom está por vir, de que não é preciso se preocupar. É como se fosse saudade misturada com desejo. No entanto, a outra palavra (dechomai) sugere algo bem diferente: significa aguardar, dar plantão, intuir que algo acontecerá. É o que você faz, por exemplo, na fila do ônibus ou em qualquer outra fila de espera. Em geral, é algo que não gostamos de fazer, que incomoda, nos deixa apreensivos ou, às vezes, com ansiedade e medo. Essa é a diferença entre “esperançar” e esperar.
No caminho de Emaús, os discípulos “esperançavam” o Messias, mas estavam tristes e decepcionados com a morte de Jesus. É como se eles ignorassem o real significado da cruz e não soubessem que Cristo haveria de ressuscitar. Jesus então vem e transforma aquela frágil expectativa em verdadeira esperança. Abre os olhos deles para que possam entender o passado e enxergar o futuro.
Que bom seria se Jesus viesse a nós hoje, caminhasse ao nosso lado e nos ajudasse a transformar nossa ansiedade em fé, e nossos temores em serena confiança! Se é esse o seu desejo, repita com fé as palavras desta breve oração: “Senhor, toma meu coração, pois não o posso dar. É Tua propriedade. Conserva-o puro; pois não posso conservá-lo para Ti. Salva-me a despeito de mim mesmo […] e eleva-me a uma atmosfera pura e santa, onde a rica corrente de Teu amor possa fluir por minha alma” (Refletindo a Cristo, p. 252). Por Jesus, amém!