Espinhos era uma tribo indígena que habitava nas margens do rio Curumará, um afluente do Rio Purus, no Acre. Mas além de nome de índio, espinhos são órgãos duros e afiados, curtos ou compridos, que podem revestir o caule, ramos ou folhas de muitos vegetais e a pele de alguns animais. Nos vegetais de clima seco, os espinhos também os ajudam a se proteger, pois praticamente substituem as folhas. Isso facilita a vida da planta, pois sem folhas a economia de água é maior e a transpiração é limitada, facilitando a absorção e o armazenamento da água.

O espinho-de-carneiro é uma gramínea também chamada de carrapicho-grande, comum na Bahia. Já o espinho-de-cristo, do Rio Grande do Sul, é uma árvore leguminosa cujos espinhos são grandes e de cor preto-avermelhada.

A primavera, também chamada de bungavília, apresenta flores amarelas, roxas, vermelhas e brancas. Há centenas de espinhos esverdeados, não muito compridos, espalhados em toda a árvore. Provocam uma dor intensa quando perfuram a pele de uma pessoa. As roseiras também são apreciadas por suas flores perfumadas, de belas cores e formato peculiar. Os espinhos, porém, estão em todos os galhos e troncos de seu pequeno arbusto.

Nem as plantas comestíveis estão livres de espinhos. A pupunheira é uma palmeira da Amazônia muito apreciada por seus frutos que se comem cozidos. Apesar disso, é uma campeã em espinhos. O caule é revestido de longos espinhos negros de até 15 centímetros. As folhas também não escapam e apresentam uma camada de espinhos finos e curtos. A cajarana é uma fruta comum no Nordeste brasileiro. A árvore é alta, tem tronco liso e folhas miúdas que caem no inverno. Ao morder uma cajarana, porém, muito cuidado. A gostosa polpa, doce e levemente ácida, reveste uma crosta cheia de pontas duras e afiadas.

A desobediência a Deus desequilibrou não só o homem e a mulher, mas também o ambiente em que eles viviam. Colher uma rosa ou afundar o dente em um pequi goiano pode significar sentir na pele os resultados de vivermos na Terra sob a maldição do pecado de Adão e Eva. Além de não contribuir para a beleza das plantas nem para o seu sabor, os espinhos provocam dores e incomodam muito. Eles são uma lembrança de que o mundo poderia ser bem melhor.