No meio da rua, eu, Everton, despretensiosamente abri o resultado da ressonância magnética de crânio que minha esposa, Dayse, havia feito. Para nossa triste surpresa, nele estava o diagnóstico de um tumor na hipófise. O chão parecia ter se aberto sob nossos pés. Atordoado, procurei um local para que pudéssemos nos sentar e compreender melhor a situação.
Após o médico avaliar o exame, descobrimos que, além de todos os riscos relacionados a um tumor nessa região, a principal consequência dessa enfermidade é o aumento da prolactina, um hormônio que é produzido em maior quantidade quando a mulher está grávida. Ela atua na produção do leite materno, inibindo também o ciclo menstrual, o que causa infertilidade. Diante desse quadro, decidimos fazer o que podíamos, tratando a doença com os medicamentos disponíveis; e colocamos o resto nas mãos de Deus.
Com o passar do tempo, decidimos tentar ter um filho. Para isso, minha esposa precisaria suspender o tratamento. Então, novamente entregamos nosso caso a Deus. Após o primeiro mês de tentativas, ela preparou um belo cenário em casa para me dizer que estava grávida. Ao receber a notícia, comemorei com um pouco de hesitação, pois temia me frustrar. Meu receio aumentou quando os exames indicaram que ela não estava grávida. Apesar disso, ela afirmava, convicta, que estava grávida. Então, decidimos realizar um segundo ultrassom. Dessa vez, a médica disse, um pouco temerosa, que estava vendo o que parecia ser um saco gestacional. Isso foi o suficiente para minha esposa dizer: “Eu sabia. Conheço meu corpo. Estou grávida!”
Nove meses depois, nosso primogênito nasceu. Demos a ele o nome de Samuel. E não poderia ser outro nome, pois, como Ana, minha esposa, que não podia ter filhos, suplicou a Deus, e Ele atendeu o pedido dela. Seis anos depois, nasceu nosso segundo filho, Davi, que trouxe ainda mais alegria para nosso lar.
A parte mais surpreendente de toda essa história é que, em 2023, uma nova ressonância mostrou que o tumor não estava mais lá. O neurocirurgião de referência que consultamos disse que a gravidez atuou como um remédio natural contra o tumor. Deus nos deu muito mais do que esperávamos!