O plano da redenção não será completamente compreendido, mesmo quando os resgatados passarem a ver assim como eles são vistos, e conhecerem como são conhecidos; na realidade, ao longo das eras eternas, novas verdades serão continuamente desdobradas à mente cheia de admiração e deleite. Embora as tristezas, as dores e as tentações da Terra estejam terminados, e removidas suas causas, sempre terá o povo de Deus um conhecimento distinto e inteligente do que custou a sua salvação.
A cruz de Cristo será a ciência e o cântico dos remidos por toda a eternidade. No Cristo glorificado, eles contemplarão o Cristo crucificado. Nunca se esquecerá o fato de que Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos vastos domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar humilhou-Se para levantar o ser humano decaído. Ele suportou não apenas a culpa e a ignomínia do pecado, mas a ocultação da face de Seu Pai, até que as misérias de um mundo perdido lhe quebrantaram o coração e aniquilaram a vida na cruz do Calvário. O fato de o Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos deixar Sua glória e humilhar-Se por amor da humanidade despertará eternamente a admiração e a adoração do universo. Ao olharem as nações dos salvos para o Redentor e contemplarem a glória eterna do Pai resplandecendo no semblante dEle; ao verem que Seu trono é de eternidade em eternidade e compreenderem que Seu reino não terá fim, irrompem num hino arrebatador: “Digno, digno é o Cordeiro que foi morto, e nos remiu para Deus com Seu tão precioso sangue!”
O mistério da cruz explica todos os outros mistérios. À luz que emana do Calvário, os atributos de Deus, que nos encheram de temor e pavor, aparecem belos e atraentes. Misericórdia, ternura e amor paternal são vistos a confundir-se com santidade, justiça e poder. Enquanto contemplamos a majestade de Seu trono, alto e sublime, vemos Seu caráter em suas manifestações de misericórdia e compreendemos, como nunca antes, a significação daquele título enternecedor: “Pai nosso”.
Veremos que Aquele que é infinito em sabedoria não poderia idealizar plano algum para nos redimir, a não ser o sacrifício de Seu Filho. A compensação desse sacrifício é a alegria de povoar a Terra com seres resgatados, santos, felizes e imortais. O resultado do conflito do Salvador com os poderes das trevas é alegria para os remidos, contribuindo para a glória de Deus, por toda a eternidade (O Grande Conflito, p. 651, 652).