Eu, Everton, tinha uma cadela muito divertida. Era uma fila brasileira, pura, enorme e muito bonita. Minha família morava em um sítio, e os últimos metros para chegar em casa eram de uma ladeira muito íngreme. Embora o percurso fosse cansativo, a chegada era sempre feliz. Isso porque antes que eu abrisse o portão, minha cadela corria de um lado para o outro, vibrando de alegria. Depois que eu entrava, ela se jogava em cima de mim com suas patas enormes, fazendo farra. Finalmente, ela se posicionava na mureta da casa e ficávamos ali, enquanto eu fazia carinho em sua cabeça.
Dale Carnegie chama a atenção para essa relação entre o ser humano e o cachorro, ao observar que os cães são os únicos animais que não precisam trabalhar para viver perto do ser humano. A galinha precisa pôr ovos, a vaca fornece leite. Já o cachorro, a única coisa que oferece é o amor. Os cachorros são considerados os melhores amigos do homem, pois demonstram interesse genuíno, e nós percebemos isso.
Jesus sabia que os melhores relacionamentos não se baseiam em trocas. Por isso, enquanto os discípulos tentavam afastar as crianças de Sua presença, pois julgavam que elas não tinham nada a oferecer e iriam atrapalhar o Mestre, Cristo os repreendeu. Ele demonstrou interesse pelas crianças, as chamou para perto de Si, as abençoou e ofereceu Seu reino para elas.
Na verdade, Jesus demonstrou interesse genuíno por todos os grupos marginalizados de sua época: crianças, mulheres, samaritanos, prostitutas, leprosos, cegos, aleijados e coletores de impostos. Ele os ouvia atentamente, os tocava de forma afetuosa, falava de temas de interesse deles e sempre demonstrava compromisso com o crescimento do próximo.
O mundo está cheio de pessoas que só se interessam por elas mesmas e se relacionam apenas à base de trocas. Decida quebrar essa lógica. Que tal se interessar pelo outro, sem esperar nada de volta? Por mais irônico que pareça, podemos aprender lições valiosas com o comportamento canino. Que o amor seja a base de seus relacionamentos.