Quinta-feira
07 de janeiro
Fale que está doendo
Me chamem de Mara, pois o Todo-Poderoso tornou minha vida muito amarga! Rute 1:20, 21

A fome assolava Belém. Por isso Noemi foi para Moabe com o marido e os filhos. Lá viveram felizes, até que seu marido morreu. Foi um golpe, mas ela ainda tinha os filhos, que se casaram com boas moças.

Mais uma vez, porém, a tristeza voltou: Noemi perdeu os dois filhos. Sentindo-se desamparada, decidiu voltar a Belém. Orfa, uma das noras, voltou para a família de origem, mas Rute se recusou a deixar a sogra.

Fazia mais de dez anos que Noemi havia saído da pequenina cidade. Mesmo assim, as pessoas logo a reconheceram. “Vejam! Noemi voltou!” Imagino-as efusivas, indo abraçá-la, perguntando como havia sido a aventura fora de Belém. E, veja, Noemi não colocou nenhuma máscara para ostentar uma felicidade que não tinha. Ela foi clara e honesta em relação ao que sentia.

“Noemi”, em hebraico, significa “suavidade”, “coisa agradável”. Mara significa “amarga”. Ao pedir que a chamassem de Mara, ela estava comunicando sua dor, deixando explícitas tristeza e amargura pelas perdas que tivera. Embora Noemi atribuísse a Deus o mal que lhe sobreviera, por causa de uma visão distorcida da atuação divina, Deus compreendeu sua sinceridade e deu a ela oportunidades para desfazer a interpretação equivocada a respeito Dele.

Falar dos próprios sentimentos é um desafio para muitas mulheres. Algumas guardam consigo dores e tristezas por anos, até adoecer.

Como as pessoas com quem convivemos saberão o que sentimos e pensamos se mantemos o silêncio ou usamos a clássica mentira: “Está tudo bem”? Relacionamentos verdadeiros apenas existem quando há franqueza na exposição de quem realmente somos, incluindo as dores, os medos e as desilusões pelas quais passamos. Dizer o que pensamos, o que sentimos e o que queremos de modo assertivo envolve:

Pessoalidade. Não é dizer: “Parece que”, “As pessoas acham”, mas: “Eu acho”, “Eu sinto”, “Eu quero”.

Coragem. É preciso ousar fazê-lo.

Honestidade. Não use máscaras, seja honesta.

Clareza. Quanto mais clareza, melhor o outro compreenderá.

Prudência. Abrir-se no momento mais oportuno e com alguém de confiança: o cônjuge, um familiar, um conselheiro espiritual ou um profissional.

Está doendo? Não sofra sozinha. Fale.