Para os egípcios, o pão levedado era um importante produto utilizado como moeda. Acreditava-se que os operários das pirâmides tinham parte do salário pago com pães fermentados. O pão também era usado para homenagear Osíris, pois acreditava-se que, além de ter dado a agricultura aos egípcios, ele os havia presenteado com o pão fermentado, que era mais leve de carregar, especialmente na jornada após a morte.
Embora não saibamos ao certo por que o fermento se tornou símbolo de pecado na Bíblia, é possível que a convivência com os ritos egípcios tenha levado Deus a proibir o uso de fermento aos hebreus em seu ritual religioso. Eles precisavam eliminar qualquer resquício da cultura egípcia
de sua própria cultura.
Na libertação da Páscoa, os hebreus deveriam levar suprimentos, que incluíam pães. Ocorre que o fermento faz a massa crescer, mas leva tempo. Os israelitas não teriam tempo de sobra para isso, então, na pressa, assaram e comeram pães achatados, sem fermentar (Êx 12:39). Isso implicava agir pela fé, pois tinham urgência em sair dali.
Como símbolo espiritual, na Páscoa, os judeus não podiam comer nada fermentado nem ter o produto em casa. Nessa ocasião, o fermento simbolizava o pecado e a rejeição a Deus.
Em 1876, Louis Pasteur descobriu que o fermento é na verdade um ser vivo. A levedura, que provoca o inchaço da massa, é um fungo microscópico viciado em açúcar. Inativo a maior parte do tempo, ele desperta se for umedecido e começa a alimentar-se dos açúcares, provocando a fermentação.
Cada fungo é formado por uma única célula. Antes de se dividir, essa célula cresce até triplicar de tamanho, gerando dióxido de carbono e álcool, que formam bolhas na massa e resultam naquela sensação de inchaço. Ao assarmos o pão, o álcool evapora e a levedura morre, mas as bolhas permanecem, tornando-o leve e macio.
Assim também é o pecado: embora pequeno em tamanho, é grande em efeito. Somente por meio do perdão, da graça e do novo nascimento podemos eliminar a levedura que nos impede de ir ao Céu.