É muito fácil para nós, mulheres, viver no mundo da fantasia. Na infância sonhamos com bonecas, brinquedos; na adolescência sonhamos com o príncipe encantado; na juventude sonhamos em encontrar o homem perfeito. E depois que casamos sonhamos em ser mãe. Esse era meu sonho também.
Meus sonhos começaram a ser frustrados com um aborto retido na primeira gravidez. Ainda assim, minhas esperanças não se acabaram. Depois de algum tempo, engravidei novamente. A gravidez transcorria bem. De repente, o quadro se complicou, e minha pressão começou a subir. Comecei a tomar remédios, mas infelizmente no sexto mês de gravidez meu bebê morreu, vítima de eclâmpsia. Para retirá-lo, tive que fazer um parto induzido, o que foi muito traumático.
Foi um período muito difícil. Vivi o luto e a tristeza. Via meus sonhos sendo desfeitos, e a esperança agora estava por um fio. Porém, minha fé em Deus e o desejo de ser mãe foram renascendo com o passar dos anos.
Novamente engravidei. Dessa vez, os cuidados obstétricos foram intensificados. A partir do quarto mês de gravidez, minha pressão arterial começou a subir, então fui medicada. A gravidez estava sendo bem acompanhada, e o bebê já havia entrado na 33a semana de gestação. A obstetra queria me ver semanalmente, e eu lhe obedecia alegremente. Mesmo assim, percebi que as coisas começaram a sair do controle.
Duas vezes ao dia meu esposo verificava minha pressão. No entanto, eu percebia que o medicamento estava mascarando o resultado. A pressão apenas aparentava estar normal. Então insisti com a médica e pedi um exame mais eficiente para verificar se meu bebê estava bem. Ao realizar o exame, foi detectado que o bebê estava em sofrimento fetal, e meu parto foi marcado com urgência para o dia seguinte.
Finalmente nasceu minha princesa, Estela, com apenas 2.180 quilos, mas com perfeita saúde. Apesar de ser pequena e frágil, não precisou ficar na incubadora. Tomá-la em meus braços me trouxe uma alegria indescritível. Meu sonho da maternidade se realizou.
A surpresa é que hoje tenho mais um filho, o Tiago. Eu, que não podia ter filhos, hoje tenho dois! Os sonhos de Deus foram maiores que os meus. Meus filhos são verdadeiros presentes de Deus. Procuro instruí-los no caminho correto e oro diariamente entregando-os ao Senhor, para que, na volta de Jesus, eu possa levá-los aos Seus pés e dizer: “Senhor, aqui estão os filhos que me deste.” Que Ele nos conceda essa graça!
Maria Neusa Almeida dos Santos