No ensino médio, decidi fazer Medicina. Sabia que precisaria estudar muito, mas entendi que o resultado valeria o esforço. Depois de um ano e meio no cursinho pré-vestibular, fui aprovada em uma faculdade de Minas Gerais. Apesar de minha família ser mineira, meus pais haviam se mudado para o Maranhão. Isso significava que eu moraria sozinha pela primeira vez.
As aulas começaram. Era o início de um sonho. Mas poucos meses foram suficientes para eu perceber uma coisa: apesar de me considerar uma boa cristã, ali eu não tinha mais uma família que acordava cedo aos sábados e se arrumava para ir à igreja. Não tinha mais uma igreja cheia de jovens e de rostos amigos, ensaiando com o coral nos sábados à tarde. Não tinha mais nenhum outro aluno, em todo o curso de Medicina, com quem pudesse compartilhar os dilemas – estranhos aos olhos dos demais – quanto ao sábado e outros temas.
Eu me lembro de ser tentada em vários aspectos. Consciente disso, fiz uma das orações mais importantes da vida. Orei pela minha salvação. Pedi a Deus que cuidasse de mim e da minha fé, que não deixasse eu me perder. E a resposta veio. Ela sempre vem.
Tenho alguns personagens prediletos da Bíblia, mas hoje destaco Daniel. Quando levado para a Babilônia, ele passou por uma terrível ruptura dos laços familiares e religiosos. Possivelmente nunca mais tenha visto sua família e jamais voltou a ver seu antigo local de culto. Mas a Bíblia me conta que, da primeira até a última prova, das iguarias do rei à cova dos leões, sendo um jovem recém-chegado a um lugar desconhecido ou um senhor na janela de sua própria casa, Daniel sempre “decidiu firmemente”.
Hoje pode ser que você precise decidir algo importante para o seu futuro. Pode ser que precise dizer “sim” ou “não” para alguém. Pode ser sobre sua carreira, sobre seu relacionamento, sobre sua fé. Eu desejo que você tenha a firmeza de Daniel para realizar a melhor escolha. E se ainda não tiver, sugiro que peça a firmeza que vem do alto. A resposta sempre vem.
Texto de Melina Gomes