Há alguns anos, um assaltante encapuzado e munido de explosivos invadiu um banco na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, fazendo quatro reféns durante seis dias. Ele exigiu milhões em dinheiro, um carro e acesso livre para sair do país. Além disso, pediu que um dos maiores criminosos do país fosse liberto e se juntasse a ele. Após longa negociação e corajosa intervenção policial, os dois criminosos se renderam e os reféns foram libertos.
Porém, algo estranho aconteceu. Os reféns recusaram sair antes dos criminosos, com medo de que eles fossem machucados pela polícia. Afirmaram que foram bem tratados naqueles dias e que até jogaram cartas juntos. Depois de abraçarem os sequestradores na “despedida”, um dos reféns passou a defendê-los no tribunal. Essa atitude de simpatia, amizade e até amor pelos agressores foi denominada pelo psicólogo sueco Nils Bejerot de “Síndrome de Estocolmo”.
Essa história me faz pensar que, do ponto de vista espiritual, muitas pessoas se encontram na mesma situação. Vivemos em um planeta que está nas mãos de Satanás, um sequestrador perverso, que ainda mantém bilhões de prisioneiros no pecado. O problema é que muitos desses reféns não querem sair da prisão e, pior, mantêm laços afetivos com o mal. Muitas pessoas hoje estão apaixonadas pelo terror, violência, ocultismo, imoralidade e outros lixos oferecidos pelo arquiteto da maldade. Sem perceber, “jogam cartas” com o próprio inimigo.
O filósofo francês Michel Onfray, conhecido por divulgar o hedonismo e o ateísmo, interpreta a sociedade atual da seguinte maneira: “Não há mais valores. Tudo parece bom e bem, o mal inclusive, tudo pode ser dito belo, até o feio, o real parece menos verdadeiro do que o virtual, a ficção substitui a realidade, a história e a memória não fazem mais sucesso em um mundo devoto do instante presente, desconectado do futuro” (A Potência de Existir, p. 33).
Você percebeu como o nosso mundo está de ponta-cabeça? Não permita que Satanás confunda a sua mente. Não brinque com o terror. Não flerte com o império das sombras. Busque em Deus sabedoria para discernir o que é bom e mau, certo e errado, luz e trevas.