Existe um contraste chocante no capítulo 9 do evangelho de Marcos. Duas cenas são apresentadas em sequência, mas há um abismo de significados entre elas. Em um momento, Jesus está no alto de um monte sendo glorificado à vista de alguns de Seus discípulos. Em seguida, o Mestre está diante de uma confusão – um menino endemoninhado e um grupo de discípulos impotentes e frustrados.
Esses dois quadros poderiam muito bem representar as duas propostas de vida, os dois caminhos possíveis para qualquer ser humano nesta Terra. Ou estamos ao lado de Jesus no monte, contemplando as belezas e bênçãos de Sua glória, ou permanecemos no vale, aprisionados pelo diabo, sendo lançados de um lado para o outro. Ora no fogo das tentações, ora nas águas do desânimo.
Talvez por isso Pedro tenha sugerido que armassem três tendas e ficassem lá no alto para sempre. Mas Jesus sabia que era necessário descer. Sabia que os demais discípulos lá embaixo precisavam de uma intervenção. Quando chegaram perto dos demais discípulos, ouviram o barulho da multidão e o lamento de um pai. Ele havia pedido ajuda aos discípulos, mas estes não conseguiram expulsar o demônio. Aqui nesse ponto surge a pergunta constrangedora e inevitável: Por que os discípulos perderam a batalha contra o poder das trevas?
A resposta é simples. Quando Jesus estava para subir o monte com Pedro, Tiago e João, havia orientado os demais discípulos a permanecer em oração. Mas eles não Lhe obedeceram. Pelo contrário, enquanto esperavam, questionaram as escolhas do Mestre e alimentaram amargura no coração. Enquanto deviam estar orando, estavam fofocando. E quando o diabo se manifestou, nada puderam fazer. Por quê? Porque onde sobra fofoca falta fervor.
Consagre seus lábios. Peça a Deus bons olhos para ver o que de bom existe no outro. Ore mais. Fale menos. Que o Senhor use sua voz para libertar e abençoar pessoas.