Deus permitiu que tanto Caim quanto Abel também passassem pela prova de fidelidade a Deus. Eles haviam sido ensinados sobre a providência tomada para a salvação do homem. Compreendiam o sacrifício que Deus pedira como demonstração de fé no Salvador e reconhecimento da dependência Dele, para o perdão. Sem derramamento de sangue não haveria remissão de pecado. Por isso, deveriam oferecer como sacrifício o primogênito do rebanho. Além disso, as primícias da terra deviam ser apresentadas diante do Senhor em ação de graças.
Os altares foram construídos e cada um ofereceu seu sacrifício. Abel fez conforme as instruções do Senhor e, aceitando-o, Deus enviou fogo do Céu. Mas Caim desobedeceu à explícita ordem divina, apresentando apenas a oferta de frutos. Não houve nenhum sinal do Céu em aceitação de sua oferta.
Abel tentou alertar o irmão de seu erro, mas suas tentativas endureceram ainda mais o coração do irmão.
Caim tinha uma visão equivocada da salvação. Não se reconhecia pecador. Sua oferta era mais um manifesto de orgulho e presunção do que expressão de arrependimento. O sacrifício dos dois irmãos terminou no primeiro assassinato: Caim matou Abel.
Por não se reconhecer como pecador, Caim escolheu fazer do seu próprio jeito. Sua oferta de frutos – produtos de seu trabalho, e não do cordeiro – expressou que esperava obter aprovação divina pelos próprios méritos.
Embora tenha construído o altar e trazido um sacrifício, prestou apenas uma obediência parcial. A parte mais significativa da oferta, ele desprezou.
E quantas pessoas não agem da mesma forma hoje! E mesmo diante de seus pecados explícitos, dão desculpas, culpam os demais e não se responsabilizam pelos erros cometidos. Essas mesmas pessoas podem levar uma vida aparentemente piedosa: não perdem um culto na igreja, respiram santidade perto dos demais, mas Deus sabe de sua rebeldia íntima ao acariciar pecados e não os reconhecer. No fundo, estão agindo como Satanás e Caim: escolhendo o fracasso por questionar a justiça e a autoridade divinas e condescender com o desejo de exaltação própria.
Deus nos livre dessa rebeldia que poderá nos custar a eternidade!