Eu estava animada porque a nossa nova casa tinha um lago com um pato branco flutuando sobre ele. Conforme o verão terminava, começamos a nos preparar para a neve, mas havia um pequeno problema: nosso pato. Era óbvio o motivo de os antigos donos da casa terem deixado o pato Franklin para trás. Ninguém conseguia pegá-lo. Ele ficava feliz em vir até a casa comer, mas, ao menor movimento, ele corria de volta para o lago. Quando começou a esfriar, ficamos pensando em como faríamos para que ele tivesse um abrigo. E o inevitável aconteceu: a temperatura caiu e começou a nevar.
Chegamos em casa e vimos Franklin nadando em uma pequena área descongelada do lago, sendo que o resto estava coberto de gelo, e ele já não podia nadar ali. O gelo estava duro o suficiente para que predadores andassem sobre ele, mas não o suficiente para que nós pudéssemos andar. Foi aí que vimos os olhos brilhantes de uma raposa na escuridão. Meus gritos de: “Temos que salvar o Franklin!” fizeram com que o vizinho corresse até a nossa casa. Meu marido, Prakesh, correu até a canoa. Sentado na popa sem colete salva-vidas, ele bravamente se aventurou pelo gelo. Em um impulso, ele empurrou o remo, e o barco derrapou no gelo, quebrando um pouco dele. Repetidamente, a proa subia no gelo em formação, deslizava na direção do pato e caía na água.
Franklin saiu da sua pequena “piscina” descongelada e correu sobre o gelo. Ele era rápido demais para o barco desengonçado. Com uma rede em mãos, Prakesh tentou chegar perto do pato com o barco, mas ele sempre fugia. Colocamos um pouco de comida, tentando trazer o Franklin vir até a margem. Mas ele não saía da água. Prakesh tentou laçá-lo com uma corda. Ele foi incrivelmente preciso para um cowboy nepalês, mas o laço não colaborou. Por fim, desistimos e voltamos para dentro de casa, com frio e desanimados. Na manhã seguinte, o pequeno lago do Franklin tinha virado gelo.
Ficamos muito tristes por perder o Franklin, mas o episódio nos lembrou de uma outra situação. Nós também podemos ser como o Franklin, aproveitando nosso próprio jeito de viver enquanto nadamos e fazemos o que queremos. Mas, assim como o gelo, o pecado nos leva a uma armadilha perigosa. Somente Jesus pode nos resgatar. E Ele quer fazer isso, mas nós temos que cooperar com Seus esforços. Então Ele poderá nos dar abrigo.
{ Sherry Shrestha }