Quem brinca com fogo corre o risco de se queimar. Porém, quem faz isso normalmente acredita ter razões boas e aceitáveis. “Isso não é fogo”, disse o garoto de seis anos ao pai. “É só fumaça perfumada!”, explicou. Com esse argumento, ele tentava manter consigo um palitinho de incenso aceso. O pai, porém, queria evitar uma eventual queimadura ou, quem sabe, um incêndio. Temia o que mãos inexperientes e olhos fascinados por uma pequena chama são capazes de fazer.
Aqui vão algumas tentações que se assemelham àquela “fumaça perfumada”: a de mentir para se dar bem ou para não ter que dar explicações, a de trapacear para levar vantagem em algo, a da esperteza maliciosa, a do sexo ilícito, a da conivência com os próprios erros, a de fazer vista grossa ou a de ceder à influência do mal. Também podem ser os jogos que tomam tempo, as amizades, os filmes e as leituras que tornam você menos puro, as falsas esperanças alimentadas por ideias e crenças que não vêm do Céu, estas e outras mais que poderíamos mencionar.
Todos nós estamos sujeitos à influência do mal. Contra o pecado, ninguém está 100% blindado. Aliás, há algumas tentações tão específicas que só os crentes as enfrentarão. Por exemplo, a de se envolver nas coisas sagradas de modo descuidado ou mecânico, como os filhos do sacerdote Arão. Foi nisso que Nadabe e Abiú falharam (Lv 10:1, 2). Eles não só se habituaram a tratar as coisas sagradas como comuns; também se fecharam a todo tipo de conselho, advertência e correção. Ficaram insensíveis, entorpecidos pelo vinho, com a mente confusa e “as percepções morais embotadas” (Patriarcas e Profetas, p. 307 [362]). Anularam a ação do Espírito Santo na consciência, impedindo-O de convencer-lhes do pecado, da justiça e do juízo. Brincaram com fogo e, finalmente, se queimaram.
A triste experiência desses jovens fica para nós como um contraexemplo. O que Cristo teria feito no lugar deles? E como Jesus agiria em meu lugar, diante dos dilemas que eu tenho enfrentado? Pense nisso quando estiver com o controle remoto na mão, quando acessar a internet, quando aceitar um convite e quando for à igreja adorar. “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51:17).