Quinta-feira
06 de julho
Gente insistente
Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. Lucas 11:8

Minha irmã Priscilla tinha quatro anos, mas já sabia o que queria. Na loja, diante de uma boneca quase maior que ela, não cansava de repetir: “Eu quero, eu quero, eu quero!” Meu pai até tentou dissuadi-la, mas ela agarrou o brinquedo com toda a força e, com insistência, venceu a queda de braço e levou a boneca para casa.

Eu sei que o exemplo verídico acima não reflete os melhores princípios de educação na relação entre pais e filhos, mas serve para ilustrar o ensino de Jesus sobre a importância da insistência na oração.

O Senhor contou a parábola do amigo importuno, na qual um homem bate à porta do vizinho, à meia-noite, querendo pão para servir a uma visita que chegara à sua casa. O amigo pede para não ser importunado, mas o outro, insistente, não desiste. Jesus termina o relato, dizendo que o pidão voltou para casa com o que foi buscar, mais por sua importunação do que pela amizade.

A palavra grega traduzida como insistência no versículo de hoje comporta a ideia de “falta de vergonha” e “atrevimento”. Obviamente, Jesus não está ensinando que devemos ser pirracentos, nem está nos estimulando a pedir coisas que Deus nunca prometeu. A ousadia que temos de manifestar na oração tem que ver com requerer as promessas divinas para nós. Quando se trata das bênçãos descritas na Bíblia, podemos, “sem vergonha” e com santo “atrevimento”, apresentar nossos pedidos ao Pai.

É com esse espírito que Deus espera que nossas orações cheguem à sua presença. O apóstolo Paulo reforça a ideia: “Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus” (Hebreus 4:16, itálico acrescentado).

A parábola apresenta um detalhe sobre a insistência do homem: ele queria pão para servir a um amigo. Isso nos ensina que nossos pedidos “atrevidos” devem ter como objetivo abençoar outras pessoas e glorificar o nome de Deus. Quando insistimos em orações com esse propósito, revelamos que as prioridades de nossa vida não são egoístas e deixamos muito claro que não vamos desistir das bênçãos de Deus.

Diante da promessa do Espírito Santo, por exemplo, podemos e devemos parar na frente do Pai e dizer com uma fé ousada e atrevida: “Eu quero, eu quero, quero!” Insista em pedidos assim. Com amor, Deus vai atender à sua oração.