Entre os novos hábitos que a tecnologia nos trouxe, um dos mais comuns é o de tirar selfies. Quem nunca fez uma foto de si mesmo, durante um passeio ou uma refeição, que atire a primeira pedra! Embora seja vista por alguns como expressão de vaidade e narcisismo, outros enxergam essa tendência como uma forma de comunicação mais objetiva, além de ser um meio de conexão social. 

No entanto, essa prática não tem sido tão inofensiva assim. Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação iO, entre janeiro de 2008 e julho de 2021, cerca de 380 pessoas morreram no mundo enquanto tiravam uma selfie. Em 2015, por exemplo, houve mais mortes por causa de selfies do que por ataques de tubarões. Os locais mais comuns das quedas são precipícios, cataratas e telhados, totalizando 216 mortes. A faixa etária mais frequente são adolescentes de até 19 anos (41% do total) e jovens entre 20 e 29 anos (37%). 

Além desse problema que envolve a integridade física, existe outro mais subjetivo. O tempo que passamos diante do celular, o uso constante de filtros nas fotos e a ansiedade de receber mais curtidas têm causado danos irreparáveis na autoestima das pessoas. Atualmente existe uma busca incessante pelo padrão de beleza popularizado nas redes sociais. Para alcançar esse fim, não importa quanta “maquiagem virtual” será utilizada. O que vale mesmo é parecer interessante e feliz. 

No livro O Instagram Está Padronizando os Rostos?, Camila Cintra reflete sobre essa onda de representações faciais. O ser humano pós-moderno vive uma crise de identidade e, como consequência, também de imagem, porque ele é um ser com múltiplas facetas. A imagem que ele apresenta nem sempre o identifica em sua realidade. Tudo não passa de ilusão, que infelizmente serve a uma lógica de consumo. 

Diante dessa realidade, precisamos refletir sobre a forma como temos divulgado a nossa “cara”. Nossas selfies representam quem somos? Que tipo de imagem queremos passar para as pessoas? 

Que a sua vida e as suas postagens reflitam um coração amável e um rosto realmente transformado por Jesus. Lembre-se de que o coração alegre de quem encontrou a Cristo é que embeleza o rosto (Pv 15:13).