Segunda-feira
16 de setembro
Gnus
Grande multidão de estrangeiros de todo tipo seguiu com eles, além de grandes rebanhos, tanto de bois como de ovelhas e cabras. Êxodo 12:38

Todos os anos, no período da seca, cerca de dois milhões de gnus saem em busca de novas pastagens. Atravessam a Tanzânia e vão para o Sul do Quênia, em uma corrida semelhante a um estouro de boiada. A viagem de 700 quilômetros dura nove meses. No caminho, enfrentam correntezas de rios cauda­losos, crocodilos e planícies cheias de leões, guepardos e hienas famintos.

Apesar de ser grande como um búfalo, o gnu é frágil. Onde a manada passa deixa uma trilha marcada de sangue. Além dos obstáculos naturais da savana africana, enfrentam a morte lenta nas armadilhas de arame farpado escondidas nos arbustos. O primeiro desafio é o Lago Ndutu, na Tanzânia. A manada se joga na água e os filhotes de três meses se perdem. As mães voltam na esperança de encontrar suas crias, mas o vaivém só aumenta a confusão. Os choques no meio do lago são violentos e muitos morrem. Mais adiante, no Rio Grumeti, enfrentam os crocodilos gigantes. Com uma só bocada eles engolem um gnu de 230 quilos.

O último obstáculo é o Rio Mara, cujos barrancos são muito altos. De cima, os animais se jogam na água, trombando uns nos outros. Muitos morrem afogados e outros viram almoço dos crocodilos. Após a passagem dos animais, a água fica entulhada de corpos de gnus mortos boiando na superfície. As brigas internas também atrapalham. Em situação normal, pai, mãe e cria pastam juntos. Mas essa harmonia acaba durante a migração. Os machos lutam muito entre si, tentando delimitar territórios móveis e atrair as fêmeas.

A migração confusa dos gnus lembra o Êxodo do Egito. Faltava disciplina e domínio próprio entre o povo. A violência e a rebelião detonavam facilmente. Ellen White comenta a razão disso: “Nesta multidão havia não somente os que eram movidos pela fé no Deus de Israel, mas também um número muito maior dos que desejavam somente escapar das pragas, ou que seguiam o andar das multidões em movimento, meramente levados pela excitação e curiosidade. Esta classe foi sempre um estorvo e cilada para Israel” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 281). A “mistura de gente” liderava as queixas, a murmuração e a apostasia entre os israelitas. Essa “mistura” anda no meio do povo de Deus até hoje. Não se deixe envolver por ela.