Quarta-feira
26 de junho
Graça em um mundo sem graça
Ele encherá a sua boca de riso e os seus lábios de alegria. Jó 8:21

A notícia da desgraça de Jó havia se espalhado por todo aquele país, ecoando de aldeia em aldeia, de tenda em tenda, de pastores de rebanhos nas planícies até as portas das cidades. Todos comentavam como ele havia perdido tudo: seus filhos, seus imóveis e produtos, e até mesmo sua esposa havia perdido a sanidade. O que Jó teria feito para merecer tal punição divina? Essa era a pergunta que não saía dos lábios de todos. 

Os comentários sobre o caso de Jó chegaram a tal ponto que decidiram criar uma comissão para investigar o assunto. Foram escolhidos três homens, cada um representando uma classe diferente. Elifaz, erudito e excelente teólogo, representava os moradores de Temã. Bildade, de espírito tempestuoso como Adade, considerado deus das tormentas, representava os povos arameus. Zofar, bom conhecedor da natureza e defensor da cultura popular dos nômades, completava o trio. Além desses, acompanhava-os Eliú, jovem aspirante a sábio, que gostava de ser coerente e ter ideias claras. O que todos eles tinham em comum era a crença de que Jó havia feito algo de errado. 

Quando se encontraram com Jó pela primeira vez, ficaram chocados com sua condição. O homem estava sozinho, sem posses, abandonado e com uma doença de pele desagradável. Logo começaram a “consolá-lo”, pedindo que ele reconhecesse seus erros para que pudesse se alegrar novamente. Mas Jó não estava interessado em suas palavras vazias. Ele sabia que somente seu Redentor poderia salvá-lo. 

Às vezes, deixamo-nos levar pelos estereótipos e preconceitos religiosos e, sem sequer conhecer as pessoas, nós as julgamos. Mas essa não é a forma correta de agir. Somente Deus é capaz de julgar e conceder graça para compensar nossos erros. Jó enfrentou palavras ofensivas de seus amigos, mas manteve sua fé inabalável, confiando no Senhor. 

O patriarca compreendeu que, diante da falta de graça deste mundo, a única saída é confiar no Senhor e em Sua misericórdia. A história de Jó é uma lembrança de que, mesmo em meio às maiores adversidades, a fé pode ser uma fonte de força e esperança. Acima de tudo, ela nos mostra que, independentemente das circunstâncias, a graça de Deus está sempre presente para nos salvar.