Quando puxei meu rastelo e deixei a sujeira cair na vala, um grilo saiu do solo e sumiu. Ele acha que isso é tudo por causa dele?, me perguntei.
Nas últimas três horas, eu havia cultivado a nossa região do jardim, indo para o norte e o sul. E de leste a oeste. E remexi o solo em preparação para a plantação. A vida daquele grilo virou de cabeça para baixo, foi agitada e coberta. Provavelmente, ele estivesse testando sua capacidade de escapar de um ataque violento quando recebeu outro golpe. O que quer que ele fizesse, as provações continuavam chegando a ele. Se um cérebro de grilo pudesse refletir sobre as questões da vida, ele poderia pensar que alguém queria pegá-lo.
Da minha perspectiva, nunca pensei no grilo até que o vi. Ele estava onde eu realizava uma tarefa boa e útil. A agitação do solo não tinha a ver com o grilo. Mas eu continuava pensando na vida humana. De vez em quando, alguém faz comentários desagradáveis ou algo que nos desagrada. Às vezes, sou tentada a me concentrar no desrespeito que me demonstraram e nas provações em meu caminho.
O grilo continuou correndo em meus pensamentos. Se eu visse o mundo como Deus o vê, saberia que, quando alguém me machuca, essa pessoa talvez nem pensasse em mim. Ela pode estar ocupada fazendo a boa e útil tarefa que tem em mãos. Talvez a mente dela estivesse em outro lugar. Não tem a ver comigo, percebi.
Mesmo que uma pessoa intencionasse alguma desfeita ou maldade, ainda não teria a ver comigo. Se ela está sendo desagradável, isso é com ela, tem a ver com o coração dela. Bem ou mal, as pessoas demonstram o próprio caráter pelas palavras que dizem e as ações que praticam.
A agitação não tem a ver comigo. O mundo é maior do que eu. “Então”, digo a mim mesma, “permita ser transformada – renove seus pensamentos. Pare de pensar em você mesma. Olhe para o seu mundo através dos olhos de Deus.”
Helen Heavirland