Segunda-feira
16 de janeiro
Guiados por uma criancinha
Uma criança os guiará. Isaías 11:6

O Colégio Adventista da Etiópia está situado a somente 30 quilômetros do lago Langano, no belo Vale Etíope. De vez em quando, nós, as famílias de missionários, podíamos passar um final de semana ali, para apreciar sua beleza, relaxar e passar um tempo tranquilo com o Senhor.

Em um fim de semana, nós, os professores, com os alunos do colégio, pudemos participar de um retiro nesse bonito lugar. Tanto os alunos quanto os professores desfrutaram o programa do pôr do sol na sexta-feira e uma boa noite de sono. Bem cedo na manhã de sábado, porém, antes das seis horas, ouvimos passos rápidos na direção de nossa barraca. Então ouvimos o som de batida na barraca ao lado da nossa, que estava ocupada por Amarech, a ajudante da nossa família. Saindo da nossa barraca, vimos alunos tentando apagar o fogo que estava destruindo a sua tenda. Rapidamente, meu esposo entrou na barraca de Amarech, a fim de desligar o botijão de gás que ela estivera usando para preparar o desjejum.

– Por que sua barraca queimou? – perguntamos a Amarech depois que o fogo foi extinto. Ela contou que estivera cozinhando dentro da barraca e havia decidido fazer uma rápida visita ao sanitário. No entanto, deixara a chama acesa no fogão.

– E acho que deixei um prato de plástico perto demais do fogão – acrescentou ela.

– Ele deve ter pegado fogo e queimado rapidamente. A barraca já estava queimada pela metade quando voltei. – Sua voz trêmula demonstrava o temor das consequências que poderiam resultar de seu descuido. Todos os membros da nossa família tomaram o desjejum em silêncio. Então nosso filho mais velho, Jojie, que tinha apenas uns quatro anos de idade na ocasião, rompeu o silêncio.

– Mamãe, papai, o que vocês vão fazer com Amarech? Vocês vão condená-la? Vocês sabem que ela tem sido uma trabalhadora muito boa. É verdade que ela cometeu um grande erro hoje de manhã, mas todos cometem erros. – Meu esposo e eu trocamos olhares, sentindo-nos profundamente tocados pelo espírito perdoador do nosso garotinho.

Depois daquela mediação informal de uma criança, tivemos a certeza de que a única coisa que poderíamos fazer seria perdoar nossa ajudante – assim como Deus aceita a mediação de nosso Salvador.

Amarech sentiu-se muito agradecida, permanecendo como nossa leal ajudante até deixarmos a Etiópia, anos mais tarde. Louvo a Deus por usar coisas simples, como uma criança, para nos fazer lembrar de amar como Ele ama.

Forsythia Catane Galgao