Algumas pessoas pensam que autenticidade significa rejeitar todo e qualquer modelo de comportamento. Mas não é assim. Ser espontâneo e especial não tem nada a ver com exclusivismo e autossuficiência. Ninguém nasce pronto. Mesmo as pessoas mais célebres da história tiveram em quem se inspirar. Por isso, no jeito de ser e na atitude, nós também precisamos ter alguém em quem nos espelhar.

O apóstolo Paulo nos desafia a imitá-lo e a tornar Cristo a referência principal da vida. A ideia de seguir um bom exemplo é excelente. O problema é que às vezes fazemos caricaturas horríveis dos nossos modelos, não é? Isso sem falar nos mal-entendidos que acontecem, como ocorreu comigo (Júlio) certa vez. Era um sábado. Fui convidado para almoçar na casa de uma família que eu tinha acabado de conhecer.

– Siga o irmão Geraldo. Ele conhece o caminho.

Geraldo foi em seu carro, na frente, e eu, no meu, atrás. Achei que estávamos indo muito lentamente. Demoramos bem mais que o previsto para chegar. Almoçamos e, na despedida, Geraldo me chamou em particular e perguntou:

– Por que veio tão devagar? Estávamos abaixo da velocidade. Poderíamos ter levado uma multa. Podíamos ter vindo mais rápido!

Surpreso, eu respondi:

– Mas eu estava seguindo você!

Caímos na gargalhada. Ele era meu modelo, mas achou que o modelo era eu.

Escolha bem os seres humanos que você seguirá; mesmo assim, fique atento. Com frequência as pessoas falham e se desviam da rota. Em alguns casos, desanimam e desistem. Seja o tipo de pessoa que persevera e inspira confiança, mas que também sabe onde e em quem achar inspiração e força para seguir em frente. Admirar alguém não é pecado. Idolatrar sim. Paulo foi bênção para muitos e modelo para outros tantos. Ele próprio, porém, fazia de Jesus sua referência e inspiração. E você? Quem você tem seguido? Quem você admira e elogia? Quanto mais parecida com Jesus a pessoa for, mais certeza você pode ter de que está no caminho certo.