Era madrugada do dia 1o de abril de 2016. Meu esposo não estava em casa. Ele estava trabalhando em um sítio a 35 quilômetros de distância de nossa residência, em Belo Horizonte. Sou hipertensa e diabética. Faço o controle direitinho, mas como tenho muitas atividades e negócios, às vezes o corpo sente.
Acordei por volta de 4 horas da madrugada, sentindo um aperto forte no peito. Além disso, senti náuseas e uma forte dor nas costas, que irradiava para os braços. Peguei meu aparelho de aferir pressão arterial e constatei que estava 23/12. Era muito acima do normal, que é 12/8. Tomei meus remédios de pressão novamente, dois copos de água e orei: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Ainda que eu esteja no vale da sombra da morte, não estou com medo, pois sei que o Senhor está comigo.”
Mesmo naquela situação, peguei meu celular e pedi informações sobre infarto. A descrição era exatamente o que eu estava sentindo, pois os sintomas do infarto feminino são um pouco diferentes do masculino. Eu estava sozinha e não quis chamar meu filho. Sei que não era o correto, mas adormeci.
No outro dia, por volta das 8 horas da manhã, chamei meu filho e pedi a ele para que me levasse ao hospital, pois eu estava passando mal. Depois de receber uma enorme bronca, fomos até o hospital. Na triagem, aferiram minha pressão e a glicose. Estavam nas alturas. Fui encaminhada para fazer um eletrocardiograma. A própria médica me colocou em uma cadeira de rodas e me levou para a emergência. Fiquei na emergência durante três dias. Depois, fui encaminhada de ambulância para o CTI de um outro hospital e fiquei mais dez dias internada, incluindo mais três dias de CTI.
Já no hospital, na emergência, pude manter contato com várias pacientes que estavam em recuperação. Eram pessoas que, como eu, tinham o coração comprometido com doenças cardíacas. Pela manhã, eu orava com elas e trocávamos experiências. Pude confortar e testemunhar do cuidado de Deus por nós.
Não aconselho ninguém a fazer o que fiz quando negligenciei o atendimento médico imediato. A rapidez no atendimento pode significar a vida ou a morte. Mesmo tendo agido errado, o Senhor cuidou de mim. Tenho certeza de que Ele esteve comigo no hospital e me ajudou a levar uma mensagem de esperança para as pessoas com quem tive contato.