O caçula tinha esbanjado toda a sua herança. Maltrapilho e faminto, acabou tendo que comer lavagem com os porcos. Enfim reconheceu sua condição e voltou à casa paterna.
O primogênito voltava exausto do campo e, vendo músicas e festejo, soube por um servo que era a comemoração da volta do caçula.
Indignado, ignorou o irmão e a festa. Aquela recepção despertou-lhe ciúmes. O pai tentou explicar-lhe que ele estava sendo orgulhoso e egoísta. Mas ele reclamou que trabalhara sempre como um servo e nunca tinha sido reconhecido, e agora o esbanjador estava recebendo favores sem merecer.
O irmão mais velho mostrou que não desfrutava a presença do pai. Sua atitude certinha visava aos lucros apenas. Por isso, não se importou com o irmão perdido, não se alegrou quando ele voltou, e se sentiu injustiçado, com inveja da acolhida ao irmão. No lugar do pai, não o teria aceitado de volta.
O pai, com amor, explicou-lhe que tudo pertencia a ele e que sempre tivera a companhia paterna. Deveria apenas confiar no amor paterno. O caçula havia se afastado porque não discernira o amor do pai por ele. Mas acabou reconhecendo o erro e se arrependeu sinceramente.
Jesus ilustrou, com o irmão mais velho, os judeus da época Dele e os fariseus de todas as épocas, que desprezavam publicanos e pecadores. Bem-comportados, achavam-se filhos justos de Deus. Desfrutavam privilégios divinos especiais, mas nada do que faziam era movido por amor, mas pela recompensa.
O modo de Jesus ofertar Sua graça aos publicanos e pecadores os ofendia e gerava ciúme.
Não somos nós também irmãs de filhos pródigos? Será que vivemos o cristianismo nos vendo melhores do que os demais por nos comportarmos bem? Vemos as dádivas recebidas de Deus como meritórias ou como concessões imerecidas do amor paterno?
Acolhendo a justiça própria, representamos a Deus falsamente, e nos tornamos duras e críticas dos irmãos. Você já viu isso na igreja?
Se nos virmos como pecadoras sem mérito algum, salvas unicamente pelo amor do Pai celestial, então seremos realmente irmãs compassivas dos filhos pródigos que sofrem no pecado e partilharemos da alegria divina na salvação de cada perdido que voltar.