Um dos lugares mais fascinantes que visitei com os Arautos do Rei foi o sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru. Conhecida como “a cidade perdida dos incas”, aquelas construções são consideradas uma das sete maravilhas do mundo. Fiquei impressionado ao imaginar como aquelas enormes pedras foram parar no topo da montanha, a uma altitude de 2.400 metros. Se chegar lá com um micro-ônibus já foi difícil, imagine em condições menos favoráveis! Além de gravarmos um clipe, passamos algumas horas admirando aquele lugar. 

Deus criou cada pessoa com a capacidade de perceber e admirar o mundo ao seu redor. Espantar-se diante da vida, interrogá-la e contemplar as suas belezas faz parte do nosso DNA. Aristóteles dizia que, para filosofar, é preciso estar admirado com algo. Não importa se é uma paisagem, um conceito ou o comportamento de alguém. A admiração é um componente básico da existência humana. 

Nos evangelhos, encontramos duas ocasiões em que o próprio Jesus ficou admirado. Na primeira, Jesus ficou sensibilizado com a fé do centurião romano que suplicou a cura do seu servo (Lc 7:1-10). Esse oficial do exército era amigo dos judeus, uma vez que havia construído para eles uma sinagoga em Cafarnaum. Com humildade e confiança, enviou mensageiros a Jesus pedindo que ao menos proferisse uma ordem, pois sabia que as palavras Dele poderiam curar o seu servo. Profundamente admirado, Jesus disse: “Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé” (v. 9). Jesus, então, honrou o pedido do centurião curando o seu servo. 

A segunda referência se encontra em Marcos 6. Cristo havia terminado de pregar na sinagoga em Nazaré. Enquanto muitos se maravilhavam da Sua sabedoria, outros diziam escandalizados: “Não é este o Carpinteiro?” (v. 3). Que triste reação! Os próprios conterrâneos de Jesus recusaram crer que Ele era o Messias. Nem mesmo os Seus irmãos acreditaram Nele! Essa postura de incredulidade também arrancou a admiração de Cristo. 

Fé além dos círculos religiosos e incredulidade dentro de Israel, um admirável paradoxo, não é mesmo? E você, tem provocado a admiração de Jesus em qual aspecto? Fé ou incredulidade?