Senhor, não sei de que outra maneira posso provar minha inocência, orei. Esta audiência tem que ver contigo, não comigo. Eu aguardava o veredito do júri em um país que não era o meu. Anos antes, eu havia emigrado e me matriculado em uma faculdade para obter um diploma. Trabalhei arduamente horas extras para pagar o colégio e sustentar minha família. Então, dois meses antes de vencer o visto inicial, procurei as autoridades do colégio pedindo que o visto em meu passaporte fosse submetido a renovação. Eu havia economizado dinheiro suficiente para pagar a taxa com esse fim.
Oportunamente, o passaporte me foi devolvido, contendo o selo de um novo visto, concedendo-me dois anos adicionais, tempo durante o qual eu poderia permanecer naquele país. Encontrei emprego e parecia estar bem estabelecida. Os dois anos que me foram concedidos na renovação do visto passaram rapidamente, e eu precisaria renovar o visto novamente. Dessa vez, a empresa para a qual eu trabalhava concordou em obter, para mim, uma permissão para trabalhar. Meu gerente escreveu uma carta em meu favor para que eu a levasse ao Ministério do Interior e a apresentasse com meu pedido de permissão de trabalho.
Pessoalmente, apresentei o passaporte ao Ministério, com os documentos comprobatórios. O funcionário que me atendia disse em que data eu deveria retornar para buscar o passaporte com a permissão de trabalho. Como fiquei empolgada diante da perspectiva de obter meu passaporte de volta! No dia designado, entrei no Ministério do Interior. Nada havia me preparado para aquilo que estava por acontecer. Aproximei-me do funcionário que me ajudara a renovar o visto pela primeira vez. “Eu me lembro de você”, ele disse. “Por favor, acompanhe-me.” No outro lado de um corredor, dois policiais esperavam por mim.
Um deles explicou: “O selo do seu visto anterior foi forjado. É uma falsificação. Você vai ser presa por estar neste país com documentação falsa.” O caso foi ao tribunal, e eu colaborei plenamente com as autoridades. Meu caso foi transferido ao júri da Corte da Coroa. Somente Deus e os amigos que oravam me sustentaram durante esse período de provação. Depois de apresentadas as evidências, o júri se retirou para debater e retornou com o veredito: “Inocente”.
“Inocente!” Esse é o mesmo veredito que Deus pronuncia no tribunal celestial quando vê as marcas dos cravos nas mãos de Jesus e pesa as evidências do sangue de Cristo derramado por mim.
Regina Ncube