Sexta-feira
02 de junho
Justiça
Alguns diziam que João Batista tinha sido ressuscitado […]. Mas Herodes disse: – Eu mesmo mandei cortar a cabeça de João. Lucas 9:7, 9

Jesus disse que João foi o maior homem nascido de mulher. O paradoxo dessa afirmação é que, enquanto Cristo dizia isso, o profeta estava preso e logo perderia a cabeça a mando do ímpio Herodes. Que final injusto!

João Batista foi fiel à sua missão de condenar o pecado, e isso resultou em prisão e morte. Contudo, foi a esse homem preso e humilhado que Cristo dedicou uma de suas mais gloriosas declarações: “Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João” (Lucas 7:28, ARA). Ellen White explica:

“Que, em face da maneira de avaliar do Céu, constitui grandeza? Não o que o mundo considera como tal; não riqueza, nem posição, nem nobreza de linguagem, nem dons intelectuais considerados em si mesmos. Se grandeza intelectual, à parte de qualquer consideração mais elevada, é digna de honra, então Satanás merece nossa homenagem, que suas faculdades intelectuais nenhum homem já igualou. […] Valor moral, eis o que é estimado por Deus. Amor e pureza são os atributos que mais aprecia. João era grande aos olhos do Senhor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 219).

Esse é o tipo de homem e mulher que o mundo precisa em nossos dias. Gente grande aos olhos do Céu, que resolve desprezar a glória dos homens e se apegar a Deus, custe o que custar.

No entanto, quando olho para o calabouço em que João Batista foi posto e para sua decapitação, penso que tudo isso foi muito injusto. Ellen White, entretanto, faz o seguinte comentário: “Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas daquele que os ressuscitara dos mortos (ibid., p. 786).

O texto acima não declara que João Batista ressuscitou e subiu com Cristo para o Céu, mas apresenta uma característica óbvia do profeta do Jordão. Não há dúvida de que João havia “colaborado com Deus” e que, “à custa da própria vida”, tinha dado testemunho da verdade. Ele está ou estará no Céu. Isso sim é um final justo para a vida de um homem como João. Se formos como ele, pela justiça de Jesus, também estaremos lá.