Entre os lagostins (parentes das lagostas), a convivência é agitada porque em seus bandos sempre existem os que mandam e os que obedecem. Os chefões maltratam os lagostins submissos e tomam suas fêmeas. Essa situação, porém, se inverte: os que mandam passam a obedecer e os que obedecem passam a mandar. Quem descobriu isso foi Donald Edwards e Joannes Drummond, biólogos da Universidade da Geórgia, Estados Unidos. A mudança de comportamento não tem que ver com eleições políticas. O assunto é fisiológico.
Quando um lagostim da turma dos submissos se rebela e vence um poderoso em uma luta, pouco tempo depois o cérebro dos dois se adapta à nova situação. A mudança é provocada por uma molécula receptora de serotonina, que transporta mensagens químicas entre os neurônios dos bichos. A inversão dos papéis ocorre porque alguns lagostins têm um tipo de molécula receptora de serotonina e outros têm moléculas bem diferentes.
Uma dessas moléculas faz dos dominadores criaturas egoístas, levando-os a avançar primeiro sobre a comida e a tomar as fêmeas mais cobiçadas. Ao perder uma luta, porém, seu cérebro começa a produzir a molécula que o torna dócil. Ele passa para o clube dos dominados, ao passo que o vencedor passa para o clube dos mandões.
O profeta Elias enfrentou uma situação semelhante. Os israelitas não se decidiam: uma hora serviam a Deus e em seguida, aos deuses do paganismo. Hoje não é diferente. Muitas vezes, o mais “esperto” impõe um tipo de comportamento à turma toda. Então a pressão do grupo pode se fazer sentir pela mudança na linguagem, na roupa ou dos hábitos, pela maneira como tratamos as outras pessoas e até pelo modo como pensamos sobre nós mesmos.
Sob pressão, a única saída é ter certeza de que não somos inferiores por discordar daquilo que agride nossa consciência. Mais importante ainda é fazer uma entrega completa a Deus e aceitá-Lo como Senhor. Anote: “Se Deus não tem tudo de nossa vida, permanece a interrogação de se realmente possui alguma coisa dela. Se Ele não é o Senhor de tudo, não é o Senhor de nada” (L.E.S. 3o Trim. 94, p. 61).