Este é um dos textos de Ellen G. White que eu mais aprecio, porque coloca a lei no lugar adequado: “A lei é uma imagem do caráter divino. Pode-se contemplar no Pai celestial uma perfeita manifestação dos princípios que são o fundamento de Seu governo” (O Maior Discurso de Cristo, p. 55 [77]).
A lei divina não é simplesmente um conjunto de normas a serem cumpridas, mas sim o invólucro da graça, repleto do anelo de um mundo justo, da afeição pelos outros e da confiança em Deus.
Comparar a lei com as legendas de um filme é muito ilustrativo. Assim como as legendas nos permitem compreender a profundidade de um documentário japonês, por exemplo, os mandamentos nos ajudam a compreender a grandeza de Deus. Cada pôr do sol, cada ação de amor e cada reflexão sobre nossas vidas podem ser entendidos a partir das leis que regem o Universo e se traduzem nos preceitos do Eterno. Dessa forma, podemos contemplar o caráter de Deus em todos os lugares e ratificar que Sua perfeição está no fato de que Ele é bom.
Mas como aplicar esses princípios em nossa vida? Não se trata de seguir a lei de forma legalista, mas sim de ter uma relação verdadeira com Deus, que nos leva a fazer o bem naturalmente. Não podemos ser perfeitos no sentido legal, mas podemos ser bons em outros sentidos. Podemos ajudar a fazer deste mundo um lugar mais justo, trazendo alegria e empatia para os dias cinzentos. Podemos compartilhar nossa fé e confiança com aqueles que não a têm, mostrando-lhes o amor de Deus por meio de nossas ações.
No final das contas, o Senhor deseja que nossas legendas sejam melhores do que nossos títulos acadêmicos ou profissionais, que nossa vida seja compreendida pelas experiências que temos e que sejamos como Cristo a cada dia. E esse desejo pode ser o nosso também. Podemos orar para que Deus nos ajude a colocar em prática os princípios da lei e a fazer do amor e da justiça nossas prioridades. Pois só assim poderemos experimentar a verdadeira liberdade que vem de um relacionamento profundo com o Criador.