Sexta-feira
30 de agosto
LEMBRANÇAS
Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões. Deuteronômio 6:8, 9

Estudei no Colégio Adventista de São Luís da alfabetização ao ensino médio. Muitas de minhas memórias mais antigas e marcantes são de lá. Algum tempo atrás, fiz uma semana de oração na igreja do colégio e aproveitei para relembrar muitas histórias que vivi naquele lugar. Encontrei antigos amigos que hoje são funcionários. Encontrei minha primeira professora, a Tia Iraneide, que me ensinou a ler e a escrever. 

Sentei em um dos bancos ali e comecei a lembrar. Lembrei-me da primeira mochila, da primeira aula e dos sonhos que tinha na época. Lembrei também da mudança inesperada e das dificuldades que vieram depois. Lembrei que faltou dinheiro algumas vezes, embora nunca faltasse otimismo no olhar de minha mãe. Lembrei-me das lutas, frustrações, caminhadas longas sob o Sol. Lembrei-me da chuteira furada, do furgão azul e do ônibus vermelho. Lembrei-me dos poemas que escrevi e da garota de quem gostava na 6a série. Lembrei-me dos amigos que hoje são completos desconhecidos e dos colegas que são como irmãos. 

O tempo passa e leva embora o colorido das fotografias, mas não leva o brilho das lembranças que guardamos. Sei que, às vezes, dói lembrar, mas a lembrança torna possível evitar erros antigos e desenhar um futuro melhor. Não é por acaso que a Bíblia nos convida tantas vezes a lembrar. Deus sabe o valor das lembranças. 

Não eram sem sentido os altares, as cores, as vestimentas, os rituais, o dia guardado e as festas celebradas pelo povo escolhido. Além de sua relação com o passado, como lembrete insistente do cuidado e proteção divinos, cada símbolo também apontava para o futuro, como uma promessa da salvação. Para nós, cristãos, a cruz é a lembrança mais cara que o Céu enviou aos seres humanos. Ao cancelar dívidas antigas, a cruz de Cristo tem também poder de revelar um futuro brilhante àqueles que a ela se apegam. Passe sempre por lá, em cada oração, sempre que alguma lembrança tentar assustar você. 

As lembranças não devem ser residência, mas são uma importante referência. Não devem ser prisão, mas escola. Então aprenda com elas e não se esqueça: o melhor está por vir.