Era março de 2021. O Brasil atravessava o pico da segunda onda do coronavírus. A pandemia arrasou milhares de famílias deixando um rastro de tristeza e de dor. Por mais assustador que fossem essas perdas, ainda representavam números, até que essa doença bateu à nossa porta. Num mesmo período, a família do meu esposo foi duramente provada: irmão, pai e filha, todos contraíram a Covid, mas foi com a Joyce que a situação se tornou crítica. Os demais sofreram, mas se saíram bem.
Morando em Brasília, eu me desloquei para São Paulo a fim de cuidar dela. Como enfermeira, tentei fazer o melhor que pude para amenizar o quadro e não deixar o pior acontecer. No nono dia de evolução da doença, depois de muitos sucos, dieta saudável, medicação prescrita e esperança de que tudo ia melhorar, o pior começou. Era domingo de manhã. Tentei inúmeros contatos, mas tudo em vão. Ajoelhei-me e pedi a Deus uma luz, uma direção. Levantei da minha oração e logo o meu telefone indicou a chegada de uma mensagem: era a resposta do “meu anjo” por meio da Dra. Ingrid Streithorst Leal.
Mesmo morando em Belém do Pará, ela me acolheu, me orientou e preparou um relatório da situação da Joyce que muito ajudou no acompanhamento médico. Recomendou ir ao hospital imediatamente e, ao final da conversa, disse: “Leve um travesseiro e uma manta para a Joyce.” Atendi sem questionar. Mais tarde, já no hospital aguardando a internação, entendi o valor dessa simples recomendação.
A resposta de Deus à minha oração trouxe um incrível conforto, para mim, para a Joyce e para todos os nossos familiares; afinal, Deus estava cuidando de tudo, até dos menores detalhes. Após sete dias de internação, a alta chegou.
Aprendi que Deus nos proporciona milagres a todo o instante, mas só os percebemos quando oramos. A oração é capaz de produzir o discernimento entre coincidência e providência. Com isso, comecei a entender o que é ter paz em meio à tempestade. Entendi também que Deus pode nos usar como “anjos” para amenizar a dor das pessoas, além de ajudá-las no fortalecimento da fé.
Enquanto escrevo estas linhas, pessoas queridas ainda estão morrendo. O desfecho feliz é o que nós sempre desejamos, mas a paz que Deus nos dá é o bálsamo que cura a dor quando o que esperamos não vem.
Entregar o coração a Jesus a cada dia é o melhor que podemos fazer para nós mesmas. Por isso ore, ore, ore…
Vânia Denise Carnassale