A arca da aliança – o único móvel que ficava no compartimento santíssimo do santuário e que armazenava as tábuas dos Dez Mandamentos, o pote com maná e a vara de Arão – foi feita de madeira de acácia. Tanto a arca quanto os varais de madeira que serviam para transportá-la foram confeccionados com esse material e cobertos com ouro. Mas por que madeira de acácia?
Essa particularidade chama a atenção, pois a acácia é um arbusto feio, retorcido, espinhoso, cheio de nós, que cresce nos lugares mais áridos do deserto. Aquela madeira, aos olhos humanos, não servia para nada. Nem mesmo os insetos a desejavam! Afinal, a árvore deposita em seu miolo substâncias indesejáveis para os predadores, tornando-a densa e difícil de ser penetrada.
Deus não poderia ter ordenado a Moisés que fizesse a arca com um material mais fino, nobre, como madeira de lei ou pínus? Por que não usar o cedro do Líbano, mogno ou o jatobá para guardar os Testemunhos e revelar a shekhinah?
Por ser uma planta capaz de sobreviver aos lugares mais áridos do deserto, Deus sabia que a acácia era muito resistente. Apenas essa madeira dura, que suporta situações extremamente adversas, seria capaz de aguentar a vida nômade do povo de Israel. Ao longo dos séculos, a arca resistiu às guerras, às tempestades de areia, ao sol escaldante do dia e ao frio intenso da noite. Deus sabia que se a arca fosse feita de outra madeira mais nobre ela não resistiria às provas.
Na vida, para cumprir determinadas funções, Deus escolhe pessoas como a madeira de acácia: resistentes às tempestades e que não se envergam diante das adversidades. Aos olhos humanos, elas podem não ter tanto valor, pois não possuem beleza exterior nem status social. No entanto, Deus vê nelas coração voluntário, corajoso e resistente aos ataques do mal.
Lembre-se de que aparência, posição e título não têm valor algum diante de Deus. Para guardar o Seu testemunho e revelar a Sua glória, Ele escolhe pessoas comuns como eu e você, cheias de espinhos e nós, mas que têm disposição de ser usadas por Ele.