Na Bíblia, deserto é um lugar de encontro, provação e preparo para uma obra especial. Nesse local onde impera a escassez, há mais incertezas do que garantias. É uma escola sem paredes que ensina a arte da dependência. Vários personagens bíblicos passaram por esse pit stop da fé. Moisés, Josué, Elias, Paulo e o próprio Jesus descobriram na pele as poderosas lições da privação. 

Você já foi a um deserto? Se a resposta é “sim”, vai concordar comigo que esse é um dos lugares mais desafiadores. O sol castiga de dia, o frio é cortante à noite, o vento leva areia aos olhos, os pés se enchem de bolhas, há falta de água e alimento, tem-se um sentimento de tédio, de solidão, sem contar a sensação de estar andando em círculos. Certamente esse não é um lugar interessante para se viver! 

Pense agora na realidade do povo de Israel – cerca de 2 milhões de pessoas viajando no deserto ao longo de 40 anos. Realmente, não foi uma tarefa fácil para Moisés liderar toda essa gente! Imagine: crianças e idosos cansados da caminhada, doentes gemendo de dor, gestantes procurando descanso e, é claro, muitos “reclamões” querendo voltar para o Egito. Definitivamente o deserto foi uma prova para Moisés. 

Após o tempo de peregrinação, quando os remanescentes de Israel chegaram às portas de Canaã, Deus explicou o motivo pelo qual conduziu Seus filhos ao deserto: “Para humilhá-los e pô-los a prova, a fim de conhecer suas intenções” (Dt 8:2). Por meio das dificuldades, Deus queria ensiná-los a confiar totalmente Nele. Como um agricultor separa da palha o grão, Deus purificou o caráter dos Seus filhos. 

Assim como aconteceu com o povo de Israel, muitas vezes Deus também nos conduz ao “deserto”. Segundo Ellen White, “as provações da vida são obreiras de Deus para remover de nosso caráter impurezas e arestas” (O Maior Discurso de Cristo, p. 13 [10]). Se hoje você está em um deserto, lembre-se de que Cristo está à frente da sua jornada. No final, tudo dará certo.