Troca de cumprimentos, gentilezas, conversa animada e “Feliz Natal!” pairavam no ar naquela tarde tropical de dezembro. Os caribenhos com certeza têm uma dose extra de alegria nessa época de Yuletide, pensei. O aparente espírito de felicidade era contagiante.
Era a época de Natal. Dentro da loja, tive que esperar alguns minutos na fila antes de chegar ao caixa. Eu estava contente porque era a próxima da fila para pagar as compras que tinha feito. Até que não demorou muito, pensei.
De repente, ouvi um grito estridente vindo do meu lado direito. Uma criança teve de devolver um item que queria para a prateleira. Agora, fazia questão de protestar – em voz alta. Fique atenta para mais birras, eu disse a mim mesma. A moça do caixa respondeu ao grito com um sorriso de compreensão.
Naquele instante, eu não olhei para a criança. Estava ocupada, pensando que um aluno com aquele tipo de comportamento poderia causar um tumulto em uma sala de aula. Visualizei a criança como um aluno capaz de perturbar o equilíbrio de uma classe que, se não fosse por ele, estaria envolvida em atividades importantes de aprendizagem.
Sentindo-me tentada a verbalizar meus pensamentos de simpatia para com os professores “desse tipo de criança”, lancei um rápido olhar para ela. Mas o que vi despertou em mim uma repentina preocupação e empatia, principalmente para com a mulher que suspeito que fosse sua mãe. A criança parecia ter Síndrome de Down e tinha aproximadamente dez anos de idade. Eu sei que pais e cuidadores de crianças especiais lidam com muitos fatores de estresse extras com os quais cuidadores de outras crianças não têm que lidar. Rapidamente, mudei meu pensamento anterior, enquanto observava a mãe lidando com a situação depois de ter precisado correr atrás da criança para trazê-la de volta à fila do caixa.
Muitas vezes somos rápidas em julgar, sem conhecer todos os fatos. Estou feliz por não ter verbalizado o que pensava sobre o comportamento do menino. A Bíblia nos incentiva a sermos “tardios para falar e tardios para ficar irados” (Tiago 1:19). Vamos nos esforçar para sermos mais longânimas.
{ Hyacinth V. Caleb }