Sábado
30 de agosto
LOUVORES
Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam e aconselhem-se mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão no coração. Colossenses 3:16

Os cânticos sempre fizeram parte da adoração a Deus, e não foi diferente com a igreja apostólica. Paulo dá a entender que havia diferentes tipos de música: salmos, hinos e cânticos espirituais, que envolviam até um solfejo baixinho que a pessoa fazia no momento da oração.

Os salmos podem ser os tradicionais do Antigo Testamento ou outros com o mesmo estilo, como o que Maria cantou ao ser recebida por Isabel, sua prima. Os hinos seriam composições cristãs do 1o século, algumas delas preservadas em textos bíblicos, como Efésios 5:14.

Os pagãos também cantavam para seus deuses, mas não viam o cântico como um “louvor” propriamente dito. Para eles, a música tinha o poder de “manipular” o sagrado, pois criava um frenesi que hipnotizava os deuses, fazendo-os atender aos pedidos por estarem em êxtase.

A música também era associada a festivais idólatras, embriaguez e promiscuidade. Em 1 Tessalonicenses 4:3 a 5, Paulo instrui os cristãos a evitar esse comportamento. E ele não estava sozinho, até filósofos pagãos reconheciam os perigos da música de seu tempo. Cipião (por volta de 184 a.C.) achava intolerável que os jovens romanos frequentassem eventos “com dançarinas, sambucas e saltérios”, e Catão (por volta de 150 a.C.) sugeria que “todo homem sério devia abster-se de cantar”.

Um cristão do 2o século chamado Clemente testemunhou que algumas comunidades cristãs preferiam cantar sem instrumentos musicais para que os pagãos não pensassem que Jesus também era manipulado pelo som dos instrumentos. Não que tocar flauta fosse pecado, mas, naquela circunstância, eles não queriam que os de fora confundissem Jesus com um deus greco-romano.

É interessante a decisão que tomaram. Embora a adequação da mensagem seja necessária para facilitar o entendimento, haverá momentos em que o mais importante será evitar equiparações culturais que possam confundir o cristianismo com uma cópia barata de showbiz. As semelhanças podem facilitar o diálogo, mas são as diferenças que farão alguém trocar o mundo por Jesus.