Aquele tinha sido um dia e tanto! A multidão e os discípulos haviam presenciado inúmeros milagres de Jesus, ouvido Suas palavras como a voz de Deus e experimentaram a multiplicação dos pães. Reconhecendo que Ele era mesmo o Prometido, acharam que deveriam coroá-Lo rei.
Jesus, porém, reprimiu definitivamente suas tentativas, mandou Seus discípulos atravessarem o lago e dispersou a multidão.
Embora protestando contra essa medida, os discípulos cederam. Jesus orava sem cessar para que compreendessem o caráter de Sua missão e para que Satanás não lhes cegasse o entendimento. Mas estavam distraídos tanto com o inconformismo como com a irritação. Como se não bastasse, acusavam- se mutuamente por não terem coroado Jesus. Estavam com Alguém que havia operado tantos milagres, mas eram acusados de enganadores. Por que tinham que sofrer tamanha injustiça? Esses sentimentos os levaram a questionar o caráter do Mestre.
Se tivessem aproveitado o tempo, refletindo e conversando sobre os milagres que haviam visto, estariam preparados para a prova seguinte.
Então, “o Senhor deu a eles algo mais para lhes afligir o coração e ocupar a mente. Deus faz isso muitas vezes, quando as pessoas criam preocupações e aflições para si mesmas” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 380). A noite ficou um breu, e uma terrível tempestade caiu sobre eles.
Esquecendo as medíocres falações e reclamações, puseram-se a lutar furiosamente contra ela. Sentindo-se perdidos, clamaram pelo Mestre. Jesus veio sobre as águas. No escuro, um clarão deixou-os ver um vulto. “É um fantasma!”, gritaram. Tremendo de medo, perderam as forças.
“Não tenham medo. Sou Eu!”, disse o Mestre, já perto. E os discípulos O reconheceram.
Ah! Se tivéssemos maior disposição de confiar a Deus cada infortúnio, não teríamos medo de fantasmas! Dores, perdas, discordâncias conjugais, doenças, desafios, negativas nos estremecem e perdemos as forças.
Em vez de se entregar ao desânimo, à descrença e às decisões desastrosas, o convite hoje é para admitir sua fraqueza e olhar para Jesus.
“Sou Eu. Não tenha medo!” Sua voz lhe sussurra diariamente. Você consegue reconhecer Jesus? Ou continuará a ver fantasmas cada dia?