No dia 5 de novembro de 2015, o distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, entrou para a história por ter sido palco de um dos maiores desastres ambientais do mundo. Em apenas 11 minutos, o vilarejo de 600 habitantes foi completamente devastado por um tsunami de lama e resíduos resultantes da mineração de ferro. A onda provocada pelo rompimento de duas barragens da mineradora responsável deixou 19 mortos, além de ter causado danos irreparáveis ao ecossistema. 

A tragédia só não foi pior por causa de uma mulher de 36 anos chamada Paula Geralda, que se tornou uma verdadeira heroína. Ao ouvir pelo rádio que a barragem havia estourado, Paula “voou” com sua moto pelo meio das ruas de Bento Rodrigues, buzinando e gritando para que as pessoas fugissem da tragédia. Devido à sua iniciativa, centenas de pessoas foram salvas. 

Ninguém em sã consciência sai gritando pelo meio das ruas sem um motivo plausível. Esse comportamento ocorre devido a uma tragédia iminente, uma euforia intensa ou simplesmente porque alguém deseja vender um produto. Em todo caso, há o desejo de divulgar alguma notícia, seja ela boa ou não. 

Falar em alta voz sempre fez parte do processo de comunicação humana. Na Grécia antiga, por exemplo, eram usados dispositivos em formato de cone que concentravam as ondas sonoras para fazê-las viajar mais longe do que normalmente viajariam. Igualmente, em suas peças teatrais, os gregos colocavam nas máscaras um bocal cônico que amplificava a voz. Esses foram os primeiros megafones. Foi apenas em 1650 que Athanasius Kircher, um jesuíta alemão, inventou o megafone moderno, sendo aprimorado 200 anos mais tarde por Thomas Edison. 

Na primeira mensagem angélica (Ap 14:6, 7), um anjo clama “em alta voz” (en ph?n? megal?, no original) a respeito da chegada do juízo de Deus e também sobre a importância de adorarmos ao Senhor, nos termos do quarto mandamento. Assim como fez Paula, é nosso dever avisar as pessoas sobre o juízo iminente. Você faz parte do povo que, assim como o anjo, prega a todo o mundo em alta voz sobre a bendita esperança do retorno de Jesus? Está fazendo a sua parte?