Sábado
25 de setembro
Memória egoísta
Tenham muito cuidado para que vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram; conservem-nas por toda a sua vida na memória. Contem-nas a seus filhos e a seus netos. Deuteronômio 4:9

Você já experimentou lembranças ricas em detalhes e outras difusas ou esquecidas? Isso está relacionado ao conceito de memória seletiva, pela qual não lembramos de tudo exatamente do mesmo jeito. O lembrar e o esquecer podem ser seletivos.

Lembraremos aquilo que foi relevante e captado completamente por nossos sentidos, ou seja, quanto melhores foram nossos níveis de atenção e percepção quando determinadas coisas aconteceram, mais facilmente nos lembraremos delas. A repetição de alguma informação também é relevante, pois consolidará a memória.

Um fato curioso relacionado à memória é a dissonância cognitiva. Por exemplo, alguém comete uma infração de princípios ou crenças, mas insiste que não foi nada demais até acreditar de fato que não foi. Essa forma de distorcer os pensamentos resultará em uma lembrança diferente do fato original, com o passar do tempo. Ou seja, o cérebro se submete àquilo que escolhemos e insistimos em acreditar, e o guarda na memória.

Moisés, conforme o verso acima, não poderia ter sugerido ao povo forma melhor de conservar vivas as memórias das providências de Deus e de Seus princípios. Antes que a ciência abordasse o assunto, Moisés explicitou as diretrizes para que coisas muito importantes ficassem claramente armazenadas na memória: reconhecê-las, falar delas, demorar nelas o pensamento, cultivá-las, etc.

Nossa memória também é egoísta, tanto quanto nossa natureza. Costumamos subestimar as coisas boas que nos fizeram e superestimar as ruins. Enfatizamos o bem que fazemos aos outros e subestimamos o mal.

É muita ingratidão subestimar, igualmente, o que Deus fez e faz em nossa vida. Por isso, Deus nos adverte a lembrar. Não podemos perder de vista quem somos, o que Deus desejava fazer conosco e quem Ele é.

Reconheçamos sempre o que Deus faz por nós. Não devemos atribuir a nós as bênçãos, esquecendo-nos Dele, lembrando apenas quando vêm os reveses. E não insistamos em rejeitar a vontade de Deus, consolidando no cérebro o mal, até não mais haver espaço para o Espírito Santo nos convencer da verdade e do pecado.