Em certa cidade na Europa, Maria, uma senhora de 69 anos, decidiu mudar de apartamento e ir morar com a filha, uma advogada que residia em outro bairro. O plano de Maria era ajudar a cuidar das quatro netas, pois a mãe das meninas, cheia de compromissos, viajava muito a trabalho. Dias depois da mudança, porém, Maria começou a notar várias alterações na pele, sintomas de uma possível alergia. Foi ao médico e constatou que os gatos que moravam no apartamento da família eram os causadores da reação alérgica. Algo precisava ser feito. Ao tomar conhecimento da situação, a advogada não teve dúvida sobre o que fazer. Disse então à mãe: “A senhora terá que procurar um quarto para alugar. Aqui em casa, entre a senhora e meus gatos, eu fico com meus gatos!”
Quem dera essa história não fosse verídica, mas é. Quem dera houvesse mais respeito dos filhos para com os pais, e vice-versa. Quem dera o quinto mandamento fosse praticado como regra universal mesmo no caso de mães e pais que não merecem ser honrados por carecerem do caráter nobre que inspira homenagens sinceras. Honrar pai e mãe é mais que festejar o aniversário deles, telefonar de vez em quando ou ser obediente quando ainda estamos morando sob o mesmo teto. Há pequenos gestos de atenção, carinho e cumplicidade que ninguém verá ou saberá – só você, eles e Deus –, mas são justamente esses atos que podem fazer a diferença para a felicidade da família.
Uma vez, em um tribunal, durante o julgamento de um réu acusado de cometer assassinato, eu (Júlio) ouvi o advogado de acusação dizer ao júri: “Não se deixem enganar pelos cabelos brancos deste senhor. Até os canalhas e assassinos envelhecem!” E é verdade. Pessoas grisalhas não são boas simplesmente pela idade. Porém, o modo como as tratamos no dia a dia fala muito sobre quão “civilizados” realmente somos.
Em um mundo que vive de aparência, superficialidade e rotina, nosso desafio é ir além do que se pode ver. É pedir emprestado os olhos de Deus e olhar segundo a perspectiva Dele. É ser as mãos do Senhor para tocar a vida das pessoas. Se Jesus tivesse vivido na Terra até que José e Maria estivessem idosos, como Ele os teria tratado? Já pensou nisso?