Em 2016, um raro selo de 2.600 anos foi encontrado próximo às muralhas da cidade velha de Jerusalém. Na antiguidade, os selos eram carimbos pressionados sobre um pedaço de argila, utilizados para fechar documentos, cartas ou jarros de comida.
Geralmente, os selos pertenciam à elite ou àqueles que ocupavam cargos de confiança no governo. Eles ficavam o tempo todo com o dono e, após sua morte, eram depositados em arquivos públicos para evitar que caíssem em mãos alheias. Um exemplo desse tipo foi encontrado em um
edifício administrativo e pertencia a uma mulher chamada Eliana bat Gael, que provavelmente vivera na época do rei Jeoaquim.
Um selo geralmente apresentava o nome do proprietário, sua filiação e, menos frequentemente, seu ofício. O selo de Eliana diz que ela era filha (bat) de Gael. Era raro uma mulher ser identificada pelo nome de seu pai; o mais comum era ser chamada pelo nome de seu marido.
Esse detalhe sugere a possibilidade de Eliana ter sido uma líder do povo durante a ameaça babilônica. Embora não tenhamos como provar isso, uma coisa é certa: esse achado confirma que mulheres podiam ter papel de destaque nos tempos bíblicos.
Mesmo que a Bíblia tenha sido escrita a partir de uma perspectiva masculina dos fatos, ela preservou a importância das mulheres na história do povo de Deus. Elas desempenharam papéis fundamentais na criação e preservação do povo hebreu, na conquista de Canaã, na liderança dos juízes, no período da monarquia, no exílio, na genealogia de Jesus, em Seu ministério, Sua morte e ressurreição, bem como na formação do cristianismo.
As mulheres também participaram na construção de cidades (1Cr 7:24) e na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 3:12). A mulher virtuosa de Provérbios 31 comandava empregados, administrava bens e comprava mercadorias. Ou seja, muito antes de qualquer “empoderamento” feminino, Deus já concedia às mulheres o verdadeiro poder do Espírito, o mesmo dado aos homens. Um poder que se aperfeiçoa não na força das pessoas, mas “na fraqueza” que as acompanha (2Co 12:9).