De certa forma, somos todos tentados pelo ceticismo. A descrença atrai o espírito humano e chega a parecer natural duvidar de todas as coisas. O questionamento, quando desconectado de uma sincera busca da verdade, rapidamente dá frutos de descrença e incredulidade.

A Bíblia apresenta o lugar saudável para o questionamento: “Venham, vamos refletir juntos” (Is 1:18). “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16). A dúvida é fruto da liberdade que Deus nos deu. Ela não é ruim em si. Por que Jesus veio para morrer? Porque havia dúvidas quanto à bondade de Deus e à soberania de Suas leis. Por isso, Deus respeitou nossas dúvidas, entrou em nossa história e nos trouxe salvação.

A Bíblia também nos ensina que a dúvida cética não deve ser alimentada. É importante não se demorar com o que possa abalar nossa fé. O beijo de Judas foi a representação prática do que significa fé sem compromisso, o que não agrada a Deus. Pedro também oscilou na fé, mas escolheu permanecer dentro do âmbito da atuação de Deus.

Entregar-se à dúvida é um grande risco. Israel ficou fora da Terra Prometida por duvidar. Em nossos tempos, um grande risco que corremos é o de cair no mito do poder acadêmico-científico. Depois da era do racionalismo, o homem passou a agir como se fosse Deus, e a dúvida cética tornou-se a base da vida. A ciência apareceu como saída e solução para todos os males. Diante desse contexto, fazendo uso da liberdade que Deus nos deu, é importante que duvidemos de nós mesmos e de nossas certezas, mas creiamos em Deus e em Sua Palavra.

Portanto, precisamos da fé revelada por Ester diante do rei. A mesma fé que sustentou Noé no dilúvio e amparou Abraão em suas jornadas. Fé e total entrega a Deus devem ser o lema de nossa vida. Se em uma camada profunda de seu íntimo você guarda ressalvas sobre a existência de Deus, corra para Ele e abra seu coração. Esse é o único lugar em que podemos encontrar segurança.