Às vezes, quando devo lutar para permanecer alerta, caio em letargia. Permanecer vigilante exige tanto esforço! A história de Jesus no Getsêmani me faz lembrar de quão perigoso é ficar apática, quando eu deveria ser observadora.
Contemplemos atentamente a Jesus. “Amem-se uns aos outros como Eu os amei”, Ele diz. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15:12, 13). Você prestou atenção a isso? Jesus está falando em morte outra vez. Ali, no tranquilo jardim do Getsêmani. Ele está falando de Si mesmo ou de algum de nós?
Jesus continua: “Vocês serão expulsos das sinagogas; de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a Deus” (Jo 16:2). Inconcebível! Estremecemos, só de pensar. Logo depois Jesus Se afasta para orar a sós, após nos aconselhar a vigiar e orar. De repente, Ele fala de novo. Não conseguimos manter os olhos abertos enquanto Ele pergunta: “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?” (Mt 26:40). Mais uma vez, Jesus nos encontra dormindo. Tiago permanece acordado por tempo suficiente para ouvir o Senhor gemer, em oração, enquanto fala sobre um cálice de terrível dificuldade. O cálice! Ele se lembra da predição de Jesus: “Vocês beberão o cálice que estou bebendo” (Mc 10:39). Mesmo sonolento, Tiago reconhece que o cálice é significativo; mas seus olhos se fecham. Por enquanto, o cálice de Tiago está oculto em seu estupor, escondido como o cálice de José no saco de grãos de Benjamim.
Jesus encena outra vez a longa noite da luta de Jacó, enquanto trava a Sua própria batalha épica. Nessa noite, todos os discípulos estão envolvidos em uma luta de Jacó. Precisam de oração em busca de poder e proteção; particularmente Pedro, João e Tiago, cujo cálice é revelado em primeiro lugar.
Por que vim ao jardim de oração? Está o meu coração travando uma luta de vida e morte contra o inimigo? Estou fervorosamente orando para permanecer alerta – sem cair em tentação? Estou agarrada à poderosa destra de Deus? Imploro a Ele que me sustente quando meu cálice for revelado; que eu tenha forças para beber fielmente o cálice da vontade do Pai? Ou me sinto à vontade demais para reconhecer que meu coração está acomodado na inércia, imune ao apelo do Mestre no sentido de “vigiar e orar”?
Rebecca Timon