Vencida pela tristeza e o receio, eu estava em meu aposento e refletia sobre a cirurgia do meu pai.
Vários meses antes, minhas irmãs e eu havíamos recebido um telefonema de nossa mãe dizendo que papai estava gravemente enfermo, com rins policísticos, uma doença genética que leva à multiplicação de cistos nos rins. Deram a ele um período de dois meses durante o qual seria decidido o início da diálise ou se ele receberia um transplante de rim. Ele foi colocado em uma lista de espera de cinco anos para receber o rim de alguém que falecesse; a melhor solução, porém, seria o rim de um doador vivo. Minhas três irmãs e eu nos oferecemos para doar um rim. Depois de examinado o nosso sangue, recebemos a notícia de que todas nós tínhamos o tipo sanguíneo compatível e tínhamos três, entre seis, marcadores de DNA com características semelhantes. O último passo era fazer uma ultrassonografia dos nossos rins para ver se havíamos herdado a doença. Louvado seja o Senhor! Nenhuma de nós a apresentava. As semanas seguintes voaram enquanto mais exames eram realizados para descobrir a candidata mais viável. No meu caso, a vantagem era de cinco por cento. Fiquei emocionada! Eu poderia ajudar meu pai.
Ao aproximar-se o dia da cirurgia, eu estava no meu quarto, orando, consumida por pensamentos do tipo “E se…?” E se o sistema imunológico do meu pai rejeitar o rim? E se eu tiver complicações? E se eu não puder cantar mais?
Pensei em Jesus, clamando a Deus no Jardim do Getsêmani. Pensei em como Ele, angustiado, caíra sobre Sua face, prostrado em oração, implorando: “Meu Pai, se possível, passe de Mim este cálice!” (Mateus 26:39). Então, senti uma paz que me cobria, porque meu Jesus conhecia minhas preocupações. Por que ficar ansiosa? Passei a amar mais a Jesus depois de contemplar o grande sacrifício que Ele fez por mim. Se Ele pôde dar Sua vida, eu poderia doar um rim e saber que Deus estaria comigo, independentemente do resultado. Graças a Deus, meu pai recebeu o rim com sucesso e hoje está curado!
Querido Deus, com ação de graças, hoje oro pedindo a Tua paz.
Margie Salcedo Rice