Quinta-feira
06 de fevereiro
NOSSA SEDE DE DEUS
Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito para sempre. Amém! Romanos 1:25

O renomado ateu Richard Dawkins escreveu: “Quero mostrar a você que o mundo real, conforme é compreendido cientificamente, tem sua própria magia. Eu a chamo de magia poética, uma beleza inspiradora que é ainda mais fascinante por ser real e podermos compreender como funciona. […] É absolutamente fascinante. Fascinante e real” (A Magia da Realidade, p. 31). Com essas palavras, ele busca oferecer conforto àqueles que se tornam ateus, mas ainda procuram um propósito maior para sua existência. Dawkins percebeu que as pessoas podem tentar viver sem Deus e sem religião, mas isso não é tão simples.

Por que ele escolheu usar a palavra “magia” para falar sobre transcendência sem mencionar Deus? Jornalistas já haviam notado seu ato falho ao soltar frases como “a criação do cosmos” ou “oh, meu Deus”. A verdade é que, por mais elaborado que seja o argumento do incrédulo, a religiosidade é tão instintiva quanto a sexualidade, a sobrevivência e a necessidade de afeto. Quem concluiu isso foi Carl Jung, um dos pioneiros, junto de Freud, da psicanálise humana.

Existe em nós uma carência de Deus, que se traduz em uma sede de eternidade. Tanto é verdade que, se pudéssemos eternizar os bons momentos, certamente o faríamos. Isso é um sintoma do que realmente desejamos. Psicólogos afirmam que substituir uma carência essencial por algo inferior pode gerar patologias. Talvez você tenha visto pessoas que se tornaram obsessivas com limpeza por não superar o fim de uma relação, por exemplo. Acontece que experiências terrenas podem eventualmente substituir carências terrenas. Um carro não substitui um namoro frustrado, mas um novo amor sim.

A carência de Deus, no entanto, é insubstituível. O erro está na tentativa de saciar a sede eterna com gotas que não refrescam nem os lábios. Sucesso, riqueza e bem-estar são metas legitimamente desejáveis. O que não se pode fazer é atribuir a elas a força que não possuem. Seu efeito não é duradouro. A boa notícia é que, se há um vazio com forma de Deus no coração humano, também há um vazio com forma humana no coração de Deus. Não somos um caso de amor não correspondido; o Pai nos amava mesmo antes de nascermos.