Sábado
01 de novembro
NOSSOS PAPÉIS
Ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Mateus 22:39

É muito comum aplicarmos esse texto ao cotidiano e ao relacionamento com nossos semelhantes. Não há nada de errado com isso. Porém, se considerarmos que o lar é nosso primeiro campo missionário, não deveríamos ler essas palavras também no contexto das “portas para dentro”?

Mesmo em uma sociedade pouco altruísta, é relativamente normal vermos campanhas solidárias voltadas para problemas que estão distantes de nós. Por exemplo: “Ajudem as vítimas da enchente em tal lugar”, ou “vamos doar Bíblias para as regiões remotas da África.” Mas, e quanto ao nosso lar?

É interessante notar no versículo de hoje que Jesus enfatizou o amor ao próximo. Por que Ele simplesmente não disse: “Ame a todos” ou apenas “ame”? Qual é a necessidade do complemento “seu próximo”?

É que amar uma família de refugiados estampada em um cartaz é relativamente simples. Afinal, não conhecemos seus defeitos e não precisamos trazê-los para dentro de nossa casa. Difícil mesmo é amar quem está perto, com seus cheiros, seus hábitos e sua humanidade.

Existe um comodismo perigoso em relação aos que estão perto. Eu sei que há mães que fazem tudo para tirar um filho das drogas, mas também sei que, em situações menos graves, é mais cômodo mandar Bíblias para a África do que ter tempo para lê-la com os filhos.

Quando Laura e eu nos casamos, fizemos o acordo de que nosso lar seria uma empresa onde Deus seria o acionista majoritário, e nós os responsáveis pela manutenção. Não falo de proventos financeiros, mas de cuidar da casa mesmo. Sabe aquela máxima do “vou ajudar minha esposa com a louça”? Talvez o melhor seria trocar a frase por algo do tipo: “vou lavar a louça, pois essa também é minha obrigação”.

É claro que as tarefas de casa podem e devem ser divididas. Porém, a manutenção do lar é dever de ambos. Até os trabalhos mais simples deveriam ser feitos no espírito de Mateus 20:26, que diz: “Quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a serviço dos outros.”

Relacionamentos dão trabalho e demandam mais do que enviar recursos para o exterior. É claro que ambas as atividades são bem-vindas, mas é nosso dever tornar o lar “um pequeno pedaço do Céu na Terra”. Pense nisso e aja!