Aos nove anos de idade, perdi meu pai. Ele foi assassinado por ladrões, com uma bala na cabeça, em frente à minha casa.
Minha mãe ficou viúva aos 33 anos, com três filhos para criar. Com a ajuda de um amigo, conseguiu receber a pensão do meu pai, um salário mínimo. Mas era melhor do que nada. Uma mulher que nunca foi sequer a um banco, nunca pagou uma conta, de repente, teve que se virar sozinha com tudo.
Com 11 anos de idade, eu comecei a trabalhar. Primeiro, fui babá da filha da professora do meu irmão mais novo. Com 12 anos, dava aulas de reforço para crianças com dificuldades de aprendizagem. Aos 13, ganhei um piano usado da minha avó e comecei a dar aulas de piano em casa.
Minha irmã mais velha, então com 14 anos de idade, também trabalhava. Todo dinheiro que recebíamos era investido em casa no sustento e em roupas. Por falar em roupas, minha irmã e eu só usávamos roupas fora da moda. Quando a moda era midi, usávamos curto (no joelho); se a moda voltasse a ser curto, usávamos midi. Nem podíamos reclamar, pois o dinheiro era curto mesmo, apenas para as prioridades.
No início do ano, tudo era mais difícil, pois tínhamos que comprar materiais escolares. Teve um ano que, no fim do mês, não tínhamos dinheiro para nada, nem para o pão. Revistamos bolsos de casacos e bolsas à procura de alguma moeda… e nada. A única coisa que tínhamos era farinha e ovo. Lembrei-me da viúva de Sarepta; como Elias, com o poder de Deus, multiplicou o azeite e a farinha dela. Assim Deus fez conosco também. Ele fez render aquela farinha e os ovos. Ganhamos do nosso vizinho um cacho de bananas, e comemos panquecas com banana durante uma semana.
Hoje, recordando do fato, damos graças a Deus pelo cuidado e proteção. Passamos por apertos financeiros, mas nunca passamos fome. Nunca nos sentimos desamparados, sempre confiamos nas promessas e na certeza da proteção e do amparo de Deus.
Você já passou ou está passando por alguma situação difícil? Lembre-se da promessa Dele: “Nunca [a] deixarei, nunca [a] abandonarei.” Esteja certa disso!
Doris Barrinuevo M. Lima