Entre os ouvintes de Cristo, muitos que moravam em Jerusalém conheciam os planos dos líderes contra Ele e, por uma força irresistível, sentiramse atraídos a Jesus. A convicção deles confirmava que Ele era o Filho de Deus. Mas Satanás estava pronto a incutir dúvidas e, para isso, o caminho estava preparado pelas próprias ideias erradas que tinham em relação ao Messias e Sua vinda. Em geral, acreditava-se que o Cristo nasceria em Belém, depois de algum tempo desapareceria e, após Sua segunda aparição, ninguém saberia de onde Ele viria. Muitos acreditavam que o Messias não teria parentesco natural algum com a humanidade. […]
Ao assim vacilarem entre a dúvida e a fé, Jesus leu os pensamentos deles e lhes respondeu: “Vocês não somente Me conhecem, mas também sabem de onde Eu sou. Eu não vim porque Eu, de mim mesmo, o quisesse, mas Aquele que Me enviou é verdadeiro, Aquele a quem vocês não conhecem” (Jo 7:28). Alegavam saber qual seria a origem de Cristo, mas estavam em completa ignorância sobre ela. Se tivessem vivido em harmonia com a vontade de Deus, teriam conhecido Seu Filho quando Se manifestou a eles.
Os ouvintes não podiam deixar de entender as palavras de Cristo. Eram, claramente, uma repetição do que Ele dissera na presença do Sinédrio, muitos meses antes, quando tinha declarado ser o Filho de Deus. Assim como, naquela ocasião, os líderes haviam procurado planejar Sua morte, tentavam agora apoderar-se Dele. Contudo, foram impedidos por um poder invisível, que limitou a fúria deles. […]
Entre o povo, muitos creram Nele e diziam: “Quando o Cristo vier, será que vai fazer maiores sinais do que este Homem tem feito?” (v. 31). Os líderes dos fariseus, que observavam ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos, notaram as expressões de compaixão entre a multidão. Correndo para o líder dos sacerdotes, formularam planos para O prenderem. Entretanto, combinaram capturá-Lo quando estivesse só, pois não ousavam prendê-Lo diante do povo. Outra vez Jesus mostrou que lia o pensamento deles. “Ainda por um pouco de tempo estou com vocês”, disse Jesus; “depois irei para junto Daquele que Me enviou” (v. 33). Ele logo encontraria refúgio fora do alcance da zombaria e do ódio deles. Subiria ao Pai para ser novamente o Adorado dos anjos (O Desejado de Todas as Nações, p. 364, 365 [457, 458]).
PARA REFLETIR: Como os anjos se sentiram quando contemplaram o sofrimento de Jesus?