Não há nada de errado em fazer planos para o futuro. Embora não existam garantias de que quem planeja hoje estará pronto amanhã para executar sua programação, planejamento é muito importante. Pelo fato de o futuro ser desconhecido, um “até amanhã” deveria vir sempre acompanhado de um “se Deus quiser”. Querendo ou não, o amanhã não nos pertence e não está no nosso controle.
Por isso a fé é essencial. Ela projeta nossos olhos para o amanhã com esperança e segurança. É a certeza de que o futuro não depende de nós, mas de Deus. Se não for da vontade Dele, por mais que planejemos e sonhemos, não teremos o poder de fazer nada.
Entretanto, precisamos entender a diferença entre fé e presunção. A fé nos leva a aguardar um amanhã melhor; a presunção nos faz pensar que esse amanhã está em nossas mãos. A fé é humilde; a presunção é arrogante. A fé nos ensina a pedir de Deus; a presunção nos incita a exigir Dele. A fé se consagra na paciência; a presunção é imediatista. A fé reconhece a bênção de Deus; a presunção, os feitos do ser humano.
Seja você uma pessoa de fé ou presunçosa, o amanhã não lhe pertence. Você não deveria deixar para amanhã o que é possível fazer hoje. Principalmente se diz respeito à inadiável decisão de servir a Deus.
Em 2014, eu (Ailton) participava de uma pesquisa de campo sobre o comportamento religioso entre imigrantes haitianos no Brasil. Durante o projeto, conheci um jovem praticante da religião vodu. Ele se dizia conhecedor do cristianismo, mas alegava ainda ser cedo para servir a Deus. Tinha apenas 28 anos de idade. Seu plano era servir aos espíritos até completar 50 anos. Daí em diante, segundo ele, passaria a servir a Cristo. Que plano arriscado! Como adiar uma decisão tão importante por 22 anos? Ele não tinha sequer a garantia de que estaria vivo no dia seguinte.
Está tudo certo em planejar o futuro, mas não planeje adiar o que tem que ser feito já. Tomar a decisão ao lado da verdade não é algo que possa ser adiado. Planeje ser fiel, hoje, amanhã e sempre.